domingo, 1 de julho de 2018

Alberto Mesquita não sabe fazer contas aos (não)apoios

O dinheiro público para a tauromaquia em VFX é bem mais que os 270.000,00 € referidos.

 A somar a isto temos os 6.000,00 € que a junta de freguesia de Vila Franca de Xira entrega anualmente à "escola" de toureio. Depois há vários custos indirectos não contabilizados, são os apoios logísticos.
São funcionários municipais "desviados" das suas tarefas de serviço público para estar a montar e desmontar eventos tauromáquicos. Ou para estarem a tratar materiais de exposição de tertúlias tauromáquicas.

É o combustível para essas deslocações e para levar meia dúzia de gente à herdade onde se alugam os touros. São os materiais de comunicação. São taxas de publicidade e de emissão de ruído não cobradas a quem cola cartazes por todos o lado, deixa reboques nos passeios e anda com carros velhos a anunciar touradas e poluir a cidade, é mesmo muito mais.

Só quem está cá sabe... e nós sabemos!!!



《Alberto Mesquita revela que “em termos globais, existe um investimento anual de cerca de 270.000,00 €” na tauromaquia, em Vila Franca de Xira, numa entrevista, feita a todos os municípios que integram a Secção de Municípios com Actividade Taurina.


O seu município integra a rede de Municípios com Actividade Taurina. Qual a importância da tauromaquia para o município?

A Tauromaquia é um aspecto de extrema importância na afirmação da identidade de Vila Franca de Xira. A elevada participação popular em todas as iniciativas de âmbito tauromáquico, designadamente a Semana da Cultura Tauromáquica ou o Colete Encarnado, expressa de forma inequívoca o valor intrínseco da arte e cultura tauromáquicas no seio da nossa Comunidade. É muito mais do que apenas uma parte da nossa história; é um aspecto profundamente enraizado na nossa Cultura e marca aquilo que somos enquanto povo.



Como reage às manifestações e tentativas de acabar com a tauromaquia quer a nível nacional quer em termos internacionais por alguns grupos?

Consideramos que todos os pontos de vista são legítimos, desde que naturalmente se expressem de forma não-violenta e com respeito pelas demais opiniões divergentes. A democracia tem na sua essência princípios básicos de liberdade e de tolerância que devem ser respeitados acima de tudo. 


Como pode, e deve ser gerida esta questão entre os anti taurinos e os aficionados?

Precisamente, com respeito e bom senso, de todas as partes, pelas opiniões de cada um. 


Caso os Municípios venham a tutelar directamente o espectáculo tauromáquico, na sua óptica o que poderia mudar?

Importa sublinhar nesta matéria que o Município de Vila Franca de Xira, tal como outros Municípios com actividade taurina, tem vindo a afirmar reiteradamente que a Tauromaquia é uma tradição multissecular de âmbito nacional, sendo parte integrante do Conselho Nacional de Cultura desde 2010. A tauromaquia constitui, nas suas distintas e diversificadas manifestações, um património rico, vasto e singular da nossa cultura popular. E nessa medida, toda e qualquer legislação que venha a ser produzida neste âmbito deverá garantir a possibilidade de realização de corridas de toiros em todo o território nacional, no Continente ou nas Regiões Autónomas, sem qualquer excepção. Esta é uma matéria onde não deve existir margem para decisões singulares ou casuísticas em cada Município, que seriam nefastas para a coesão cultural nacional. Nessa medida, consideramos que a actual legislação não deve sofrer alterações e que não devem existir entendimentos diferentes, consagrados na lei, sobre o espectáculo tauromáquico enquanto manifestação cultural. É também por tudo isto que o Município de Vila Franca de Xira permanece empenhado na declaração da Tauromaquia como património imaterial nacional. 


Na sua ótica e para melhorar um espetáculo tauromáquico, o que se deve alterar?

Esta é uma questão que aponta para visões e sensibilidades muito particulares. Sendo que cada espetáculo tem as suas características próprias, penso que neste âmbito devem ser questionados directamente aqueles que realizam o espectáculo tauromáquico. A Câmara Municipal, tal como referido anteriormente, não tem nenhuma intervenção na componente artística do espectáculo tauromáquico. Os regulamentos que regem as touradas podem naturalmente ser revistos, por parte dos seus intervenientes mais directos, no sentido de dar, por exemplo, outras condições de ritmo ao espectáculo. O espectáculo taurino, tal como em qualquer outra manifestação artística, tem múltiplas manifestações e características, que também atraem diferentes tipos de público. E assim, para além das touradas existem esperas e largadas de toiros, existe a capeia arraiana no Sabugal, o toureio à corda nos Açores, e numa manifestação mais recente, o espectáculo dos Recortadores. São expressões da mesma paixão que também dão conta de uma cultura viva, em constante evolução, e de uma tradição que certamente não irá terminar por decreto.


Fonte: infocul.pt


DINHEIROS PÚBLICOS PARA A TAUROMAQUIA (EM CONSTANTE ACTUALIZAÇÃO) [Clique para descarregar o PDF]