«Perceberam agora?», perguntou a Helena Matos, «Que se acabarem as touradas acabam os touros bravos?»(1) e, como exemplo, deu uma notícia que não tem nada que ver com touradas mas com gado abandonado (2). À parte da incoerência, o argumento de continuar as touradas para preservar os touros bravos é uma treta.
O touro bravo não é uma espécie. É seleccionado e criado para ser agressivo mas não tem importância para a diversidade genética dos bovinos. Nem é uma coisa muito natural. «A raça Brava resulta de um processo de selecção e transformação, até à obtenção de um animal que, não perdendo as suas características de investida, permite ser submetido, através do toureio»(3). É um bicho de circo. Se deixarem de criar estes animais, biologicamente não se perde nada.
O argumento de que se crie o touro bravo pelo valor ecológico do montado também não colhe, e até é inconsistente. É verdade que o montado é um ecossistema importante, com grande biodiversidade e abrigando espécies em perigo como o Lince Ibérico e a Águia Imperial. Tem também um grande valor económico, por exemplo pela produção de cortiça. Mas o touro não faz lá falta e, se o montado é assim tão importante, certamente que não vai desaparecer só por se deixar de fazer touradas. Os montados em Portugal estão legalmente protegidos e, ao contrário do que este argumento assume, o mais plausível é que os proprietários das ganadarias simplesmente aproveitem os montados para criar estes touros. Não é plausível que os montados só sejam úteis por causa dos touros. Parece-me contraditório afirmar que o montado é muitíssimo importante mas que sem o touro bravo ninguém quer montados para nada.
Mas o maior erro da Helena Matos é julgar que torturar os animais em espectáculos públicos é uma forma adequada de os proteger. Se quisermos preservar o touro bravo, então o melhor será criar reservas naturais para esses animais. A solução da Helena faz tanto sentido como incentivar as lutas de cães para promover a criação do Dogue Argentino. Mas isso, dirão os aficionados da tauromaquia, é uma coisa completamente diferente. A tourada é uma tradição milenar na qual o bravo animal é homenageado pelo público por enfrentar o sofrimento até à sua gloriosa morte. A luta de cães, pelo contrário, é um espectáculo bárbaro e antiquada no qual a assistência se entretém vendo animais a sofrer até à morte. Perceberam agora?
1- Blasfémias, Perceberam agora?
2- Esta, no Jornal de Notícias, mas ver também esta, no Público, mais detalhada.
3- Café Portugal, Touro bravo é estudado na Faculdade de Medicina Veterinária
Fonte: ktreta
sexta-feira, 27 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
66.000 Euros para um Antro de Tortura
A “escola” que forma tauricidas e que dá pelo nome de escola de toureio José Falcão, recebe da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira 60.000 euros e da junta de freguesia 6.000 euros.
Num artigo publicado no jornal “O Mirante”, António José Inácio presidente da dita escola afirma e citamos:
“O orçamento da escola é de 66 mil euros. Para desenvolver as nossas actividades com melhores condições para os nossos alunos e técnicos, gostaríamos de ter pelo menos o dobro. Do dinheiro que recebemos 60 mil são da câmara, seis mil euros da junta de freguesia e depois conseguimos ao longo do ano angariar mais algumas verbas através de uma ou outra iniciativa que vamos fazendo aqui na escola”.
Notícia d' O Mirante'
É obsceno que estas entidades desviem dos cofres públicos 66.000 euros que dariam para ajudar muitas famílias carenciadas, mas todos sabemos, que para estes autarcas vergonhosos, é mais importante fomentar a tauromaquia do que ajudarem aqueles que precisam!
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