sábado, 24 de março de 2012
Angariar fundos com mais uma tortura?
Mais uma notícia que nos indigna e reprovamos. O União Desportiva Vilafranquense, clube do qual eu fui atleta, teria muito mais a lucrar não aceitando dinheiro de um espectáculo que em nada dignifica o clube. Sendo um clube que impulsiona e promove o desporto e a cultura no nosso concelho, deveriam pois organizar outros eventos que se identifiquem com os valores da colectividade, para incentivar os seus atletas ao respeito no mundo desportivo.
Lamentamos que o União Desportiva Vilafranquense se associe a tais eventos.
Orgulho e Honra não se coadunam com tauromaquia sr. Luis Feijão!
Festival taurino para exaltar o bairrismo e o orgulho de Vila Franca
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O que seria uma grande ajuda para a Casa dos Forcados e o União Desportiva Vilafranquense (UDV) que vão beneficiar das receitas do espectáculo.
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Apesar da receita de bilheteira ser importante os responsáveis da Casa dos Forcados e do UDV dizem que mais importante é mostrar o bairrismo e o orgulho de ser vilafranquense.
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Ao mesmo tempo ajudamos duas associações, uma delas o UDV, que precisa bastante do apoio de todos.
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O presidente da Comissão Administrativa do UDV, Luís Feijão, disse estar “honrado” com a parceira feita com a casa dos forcados e defendeu que o festival deve, acima de tudo, “mostrar a vitalidade do clube”.
O Mirante
A nova oportunidade de Luís Capucha
Em Vila Franca de Xira a tauromaquia está muito acima da política. Só assim se percebe que o professor e sociólogo Luís Capucha, antigo responsável das Novas Oportunidades do Governo PS, tenha sido convidado para falar de toiros num debate organizado pelo PSD, na quinta-feira, em Vila Franca de Xira, onde curiosamente esteve o actual responsável das Novas Oportunidades, Gonçalo Xufre, também presidente da Comissão Política do PSD de Vila Franca de Xira.
O socialista Luís Capucha expandiu-se sobre o tema de toiros, tauromaquia e afins enquanto o social-democrata Gonçalo Xufre “não saiu da trincheira” entre a assistência e acabou por sair antes do final. Talvez por não estar a gostar da lide. Luís Capucha, que foi exonerado pelo actual Governo, pelos vistos agora só consegue brilhar a falar de toiros e tauromaquia. Pelo menos assim só “incomoda” quem não gosta da área.
Nota:
O sr. professor perdeu as oportunidades no PCP e foi á procura das Novas do PS, agora que só sabe falar de tauromafia, assenta-lhe que nem uma luva.. mas olhe que vai ser por pouco tempo porque o tema está em decadência.
O socialista Luís Capucha expandiu-se sobre o tema de toiros, tauromaquia e afins enquanto o social-democrata Gonçalo Xufre “não saiu da trincheira” entre a assistência e acabou por sair antes do final. Talvez por não estar a gostar da lide. Luís Capucha, que foi exonerado pelo actual Governo, pelos vistos agora só consegue brilhar a falar de toiros e tauromaquia. Pelo menos assim só “incomoda” quem não gosta da área.
Nota:
O sr. professor perdeu as oportunidades no PCP e foi á procura das Novas do PS, agora que só sabe falar de tauromafia, assenta-lhe que nem uma luva.. mas olhe que vai ser por pouco tempo porque o tema está em decadência.
sexta-feira, 23 de março de 2012
A «tradição» das touradas
No 2º volume dos «Cadernos de Lanzarote», José Saramago reproduz um artigo que publicou na revista Cambio 16.
Transcrevo dois trechos:
Quando José Saramago leu o texto a sua mulher, Pilar, disse
– «Não podes compreender…” Tinha razão», diz o escritor, «Não compreendo, não posso».
É sempre o que os defensores das touradas, quando vêem que os seus «argumentos» não são aceites, dizem. Quem acha que as touradas são um espectáculo degradante e advoga a sua proibição imediata «não compreende». Porque, dão a entender, para compreender uma coisa tão poética, tão tradicional, é preciso ter uma sensibilidade especial.
Pergunto – o que há para compreender? Um negócio onde se cruzam ganadeiros, apoderados, toureiros, empresários… pega num animal, confina-o num «anel infernal», e tortura-o até à morte. O que há para perceber neste fenómeno que nada tem a ver com património cultural, nem com tradição e muito menos com poesia – que tem a ver, sim, com os obscuros corredores da mente humana onde se oculta um atávico prazer em fazer sofrer outros seres como catarse para os sofrimentos pessoais.
Os aficionados desenvolvem uma teoria de contornos iniciáticos: quem não entende a magia da corrida não tem o direito de a criticar. Ou seja, para poder contestar as touradas é preciso gostar delas, estar por dentro do mistério da corrida, sentir a poesia de uma tarde de touros… Obscuras banalidades deste tipo, mas nem só um argumento sólido e aceitável.
Nos tempos de Roma usavam-se pessoas, embora já houvesse quem protestasse. O que responderiam os defensores do espectáculo – que era uma tradição e que os escravos nasceram para morrer. E haveria também apreciações sobre a beleza poética de ver animais selvagens e famintos despedaçar seres humanos, sobre a «nobreza» com que uns morriam sem se defender e a falta de aprumo com que outros tentavam vender cara a vida. Nem sei porque é que os defensores das touradas não incorporam o circo de Roma na sua tradição.
A Antiguidade Clássica daria um toque de erudição à «Fiesta». Assim só têm o Hemingway para dourar o seu historial.
Falando da tradição taurina em Portugal, ela é tão forte e tão antiga que a própria tourada à portuguesa é acompanhada por "pasodobles". Os aplausos do público exprimem-se em "olés" e a terminologia taurina é toda em castelhano.
Tradição portuguesa? Sempre que se fala na história das touradas, lá vem o conto de Rebelo da Silva, «A última corrida de touros em Salvaterra». Só este conto é metade da tradição, a outra metade é espanholice pura.
Vem isto a propósito da discussão acesa que vai pelo Parlamento catalão sobre a proibição, ou não, das touradas na Catalunha. Perante a Comissão parlamentar do Meio Ambiente, 14 peritos em diversas áreas esgrimiram ontem argumentos a favor e contra a tauromaquia. Está em causa a anunciada proibição das corridas de touros na comunidade. Esta medida é apoiada por uma Iniciativa Legislativa Popular que reuniu 180 mil assinaturas.
Os pro-taurinos defenderam a bravura do touro e a sua condição de animal nascido para morrer lutando, bem como a sua resistência ao sofrimento.
Os anti-taurinos descreveram em pormenor o sofrimento do animal. Passando ao plano cultural, os defensores falaram nos valores da «fiesta», a emoção, a comunhão na praça, a catarse colectiva da multidão.
Os anti insistiram na crueldade da tortura e da morte do animal, da psicótica aberração de extrair prazer dessa barbaridade. Os pró lamentaram que os aficionados catalães tenham de viver na clandestinidade, embora afirmem que o público é apaixonado pelo espectáculo taurino e que são os políticos quem acirra o povo contra a tradição. Num terceiro plano, o da identidade, todos os deputados, da direita à esquerda, deixaram claro que a abolição da tauromaquia na Catalunha nada tem a ver com a identidade nacional.
Um toureiro e ganadeiro de Madrid, disse que, ao fim e ao cabo, o protagonista do debate é o touro. E com a autoridade de quem está por dentro, falou em nome dos interesses do animal: «É o animal mais formoso do mundo e o melhor tratado. Se fecharem as praças, extinguir-se-á». E depois, derivou para a poesia barata «É um espectáculo, um sentimento, a paixão da vida e da morte, do respeito e da entrega». No entanto, não respondeu às perguntas dos deputados, pois eram formuladas em catalão.
Os pró falaram de sofrimento, escudando-se na capacidade do touro para sofrer. A escritora Natalia Molero interveio, aludindo à «capacidade que o touro tem de libertar meta-endorfinas durante a lide para anestesiar a dor».
Os anti contra-atacaram com força. Desmontaram um a um os argumentos dos defensores.
Jorge Wagensberg, um cientista, descreveu todo o arsenal utilizado para matar o touro, descreveu os instrumentos, da bandarilha ao estoque, tudo bem afiado e reluzente e disse. «Isto dói? Claro que dói!”.
O etólogo Jordi Casamitjana, perito em sofrimento animal, utilizou elementos que permitem avaliar o sofrimento do touro, incluindo fotografias, e concluiu: «De um ponto de vista ecológico e zoológico, o touro de lide sofre individual e socialmente, física e psiquicamente».
O meu camarada de lides (editoriais), Jesús Mosterín, interveio, na qualidade de filósofo, com ironia cáustica: «Escandalizamo-nos porque em África se corta o clítoris às mulheres e noutros países causa escândalo que se continue fazendo um espectáculo público do sofrimento dos animais». E prosseguiu: «É verdade que as corridas de touros são tradicionais», concluindo sob os protestos dos deputados pro-taurinos: «Maltratar as mulheres também é uma tradição e, apesar disso, está a ser combatida».
Josep María Terricabras, outro filósofo, de forma mais suave, percorreu a lista de argumentos básicos dos defensores da «fiesta», para chegar a uma conclusão: «Aos partidários da fiesta falta um argumento ético fundamental. Fazer sofrer um animal por prazer é totalmente reprovável. Os touros são maltratados, como antes o foram as mulheres e os escravos». A sessão prosseguirá hoje com depoimentos de outros 13 peritos em diversas áreas.
Apenas quero levantar uma questão – quando é que em Portugal discutimos este assunto? A cobardia dos sucessivos governos tem permitido, mesmo no pós-25 de Abril, que vergonhas como as de Barrancos continuem.
Invoca-se ali a tradição. Qual tradição? Um espectáculo que viola a lei e todas as regras da segurança, para já não falar nos princípios humanitários, iniciado em 1928 já é uma tradição? Mas mesmo que fosse. Como disse Mosterín, há tradições inaceitáveis e que têm sido combatidas com êxito. A prostituição, a pena de morte, a escravatura, duraram milénios. Não é motivo para que não tenham sido e continuem a ser combatidos.
Porém, quando vemos o Bloco de Esquerda, sempre tão preocupado com os problemas ecológicos e com os direitos dos animais, a aceitar uma trânsfuga do Partido Comunista numa autarquia ribatejana (Salvaterra de Magos, a do conto de Rebelo da Silva), defendendo a senhora abertamente os touros de morte, a esperança de que esta chaga cultural seja banida esmorece. A avidez pelos votos, submerge convicções e programas.
A tourada em Portugal está longe de ter as raízes que tem no estado vizinho, onde move interesses de grande monta. Quando é que em Portugal nos ocupamos da discussão a sério desta «tradição» tão nacional que até só se exprime em castelhano?
Em 1836, o ministro do Reino Passos Manuel promulgou um decreto proibindo as touradas (Em Portugal, em 1779, as touradas foram proibidas no tempo do Marquês de Pombal, após uma corrida de touros realizada em Salvaterra de Magos em que faleceu na arena o Conde dos Arcos, grande figura nobiliárquica estimada pelo monarca D. José I. Voltaram a ser permitidas anos mais tarde, mas sendo proibidos os chamados touros de morte, onde o touro não pode ser morto em praça pública):
A maioria municipal socialista de Viana do Castelo, em 27 de Fevereiro de 2009, decidiu não permitir a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público ou privado do município, sempre que ele dependa de qualquer autorização a conceder pela autarquia. Viana do Castelo (com maioria socialista) antecipou-se à Catalunha.
Portugal, com um governo socialista, não deveria, pelo menos, encetar o debate sobre o tema? Quando é que se reconhecerá aquilo que há quase dois séculos já era óbvio para algumas pessoas – as touradas são um divertimento bárbaro e impróprio de nações civilizadas?
por Carlos Loures
Transcrevo dois trechos:
«O touro entra na praça. Entra sempre, creio. Este veio em alegre correria, como se, vendo aberta uma porta para a luz, para o sol, acreditasse que o devolviam à liberdade. Animal tonto, ingénuo, ignorante também, inocência irremediável, não sabe que não sairá vivo deste anel infernal que aplaudirá, gritará, assobiará durante duas horas, sem descanso. O touro atravessa a correr a praça, olha os “tendidos” sem perceber o que acontece ali, volta para trás, interroga os ares, enfim arranca na direcção de um vulto que lhe acena com um capote, em dois segundos acha-se do outro lado, era uma ilusão, julgava investir contra algo sólido que merecia a sua força, e não era mais do que uma nuvem. Em verdade, que mundo vê o touro?» (…)
«O touro vai morrer. Dele se espera que tenha força suficiente, brandura, suavidade, para merecer o título de nobre. Que invista com lealdade, que obedeça ao jogo do matador, que renuncie à brutalidade, que saia da vida tão puro como nela entrou, tão puro como viveu, casto de espírito como o está de corpo, pois virgem irá morrer. Terei medo pelo toureiro quando ele se expuser sem defesa diante das armas da besta. Só mais tarde perceberei que o touro, a partir de um certo momento, embora continue vivo, já não existe, entrou num sonho que é só seu, entre a vida e a morte».
Quando José Saramago leu o texto a sua mulher, Pilar, disse
– «Não podes compreender…” Tinha razão», diz o escritor, «Não compreendo, não posso».
É sempre o que os defensores das touradas, quando vêem que os seus «argumentos» não são aceites, dizem. Quem acha que as touradas são um espectáculo degradante e advoga a sua proibição imediata «não compreende». Porque, dão a entender, para compreender uma coisa tão poética, tão tradicional, é preciso ter uma sensibilidade especial.
Pergunto – o que há para compreender? Um negócio onde se cruzam ganadeiros, apoderados, toureiros, empresários… pega num animal, confina-o num «anel infernal», e tortura-o até à morte. O que há para perceber neste fenómeno que nada tem a ver com património cultural, nem com tradição e muito menos com poesia – que tem a ver, sim, com os obscuros corredores da mente humana onde se oculta um atávico prazer em fazer sofrer outros seres como catarse para os sofrimentos pessoais.
Os aficionados desenvolvem uma teoria de contornos iniciáticos: quem não entende a magia da corrida não tem o direito de a criticar. Ou seja, para poder contestar as touradas é preciso gostar delas, estar por dentro do mistério da corrida, sentir a poesia de uma tarde de touros… Obscuras banalidades deste tipo, mas nem só um argumento sólido e aceitável.
Nos tempos de Roma usavam-se pessoas, embora já houvesse quem protestasse. O que responderiam os defensores do espectáculo – que era uma tradição e que os escravos nasceram para morrer. E haveria também apreciações sobre a beleza poética de ver animais selvagens e famintos despedaçar seres humanos, sobre a «nobreza» com que uns morriam sem se defender e a falta de aprumo com que outros tentavam vender cara a vida. Nem sei porque é que os defensores das touradas não incorporam o circo de Roma na sua tradição.
A Antiguidade Clássica daria um toque de erudição à «Fiesta». Assim só têm o Hemingway para dourar o seu historial.
Falando da tradição taurina em Portugal, ela é tão forte e tão antiga que a própria tourada à portuguesa é acompanhada por "pasodobles". Os aplausos do público exprimem-se em "olés" e a terminologia taurina é toda em castelhano.
Tradição portuguesa? Sempre que se fala na história das touradas, lá vem o conto de Rebelo da Silva, «A última corrida de touros em Salvaterra». Só este conto é metade da tradição, a outra metade é espanholice pura.
Vem isto a propósito da discussão acesa que vai pelo Parlamento catalão sobre a proibição, ou não, das touradas na Catalunha. Perante a Comissão parlamentar do Meio Ambiente, 14 peritos em diversas áreas esgrimiram ontem argumentos a favor e contra a tauromaquia. Está em causa a anunciada proibição das corridas de touros na comunidade. Esta medida é apoiada por uma Iniciativa Legislativa Popular que reuniu 180 mil assinaturas.
Os pro-taurinos defenderam a bravura do touro e a sua condição de animal nascido para morrer lutando, bem como a sua resistência ao sofrimento.
Os anti-taurinos descreveram em pormenor o sofrimento do animal. Passando ao plano cultural, os defensores falaram nos valores da «fiesta», a emoção, a comunhão na praça, a catarse colectiva da multidão.
Os anti insistiram na crueldade da tortura e da morte do animal, da psicótica aberração de extrair prazer dessa barbaridade. Os pró lamentaram que os aficionados catalães tenham de viver na clandestinidade, embora afirmem que o público é apaixonado pelo espectáculo taurino e que são os políticos quem acirra o povo contra a tradição. Num terceiro plano, o da identidade, todos os deputados, da direita à esquerda, deixaram claro que a abolição da tauromaquia na Catalunha nada tem a ver com a identidade nacional.
Um toureiro e ganadeiro de Madrid, disse que, ao fim e ao cabo, o protagonista do debate é o touro. E com a autoridade de quem está por dentro, falou em nome dos interesses do animal: «É o animal mais formoso do mundo e o melhor tratado. Se fecharem as praças, extinguir-se-á». E depois, derivou para a poesia barata «É um espectáculo, um sentimento, a paixão da vida e da morte, do respeito e da entrega». No entanto, não respondeu às perguntas dos deputados, pois eram formuladas em catalão.
Os pró falaram de sofrimento, escudando-se na capacidade do touro para sofrer. A escritora Natalia Molero interveio, aludindo à «capacidade que o touro tem de libertar meta-endorfinas durante a lide para anestesiar a dor».
Os anti contra-atacaram com força. Desmontaram um a um os argumentos dos defensores.
Jorge Wagensberg, um cientista, descreveu todo o arsenal utilizado para matar o touro, descreveu os instrumentos, da bandarilha ao estoque, tudo bem afiado e reluzente e disse. «Isto dói? Claro que dói!”.
O etólogo Jordi Casamitjana, perito em sofrimento animal, utilizou elementos que permitem avaliar o sofrimento do touro, incluindo fotografias, e concluiu: «De um ponto de vista ecológico e zoológico, o touro de lide sofre individual e socialmente, física e psiquicamente».
O meu camarada de lides (editoriais), Jesús Mosterín, interveio, na qualidade de filósofo, com ironia cáustica: «Escandalizamo-nos porque em África se corta o clítoris às mulheres e noutros países causa escândalo que se continue fazendo um espectáculo público do sofrimento dos animais». E prosseguiu: «É verdade que as corridas de touros são tradicionais», concluindo sob os protestos dos deputados pro-taurinos: «Maltratar as mulheres também é uma tradição e, apesar disso, está a ser combatida».
Josep María Terricabras, outro filósofo, de forma mais suave, percorreu a lista de argumentos básicos dos defensores da «fiesta», para chegar a uma conclusão: «Aos partidários da fiesta falta um argumento ético fundamental. Fazer sofrer um animal por prazer é totalmente reprovável. Os touros são maltratados, como antes o foram as mulheres e os escravos». A sessão prosseguirá hoje com depoimentos de outros 13 peritos em diversas áreas.
Apenas quero levantar uma questão – quando é que em Portugal discutimos este assunto? A cobardia dos sucessivos governos tem permitido, mesmo no pós-25 de Abril, que vergonhas como as de Barrancos continuem.
Invoca-se ali a tradição. Qual tradição? Um espectáculo que viola a lei e todas as regras da segurança, para já não falar nos princípios humanitários, iniciado em 1928 já é uma tradição? Mas mesmo que fosse. Como disse Mosterín, há tradições inaceitáveis e que têm sido combatidas com êxito. A prostituição, a pena de morte, a escravatura, duraram milénios. Não é motivo para que não tenham sido e continuem a ser combatidos.
Porém, quando vemos o Bloco de Esquerda, sempre tão preocupado com os problemas ecológicos e com os direitos dos animais, a aceitar uma trânsfuga do Partido Comunista numa autarquia ribatejana (Salvaterra de Magos, a do conto de Rebelo da Silva), defendendo a senhora abertamente os touros de morte, a esperança de que esta chaga cultural seja banida esmorece. A avidez pelos votos, submerge convicções e programas.
A tourada em Portugal está longe de ter as raízes que tem no estado vizinho, onde move interesses de grande monta. Quando é que em Portugal nos ocupamos da discussão a sério desta «tradição» tão nacional que até só se exprime em castelhano?
Em 1836, o ministro do Reino Passos Manuel promulgou um decreto proibindo as touradas (Em Portugal, em 1779, as touradas foram proibidas no tempo do Marquês de Pombal, após uma corrida de touros realizada em Salvaterra de Magos em que faleceu na arena o Conde dos Arcos, grande figura nobiliárquica estimada pelo monarca D. José I. Voltaram a ser permitidas anos mais tarde, mas sendo proibidos os chamados touros de morte, onde o touro não pode ser morto em praça pública):
“Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros.”Porém as «razões» do costume prevaleceram e nove meses depois as corridas regressaram.
A maioria municipal socialista de Viana do Castelo, em 27 de Fevereiro de 2009, decidiu não permitir a realização de qualquer espectáculo tauromáquico no espaço público ou privado do município, sempre que ele dependa de qualquer autorização a conceder pela autarquia. Viana do Castelo (com maioria socialista) antecipou-se à Catalunha.
Portugal, com um governo socialista, não deveria, pelo menos, encetar o debate sobre o tema? Quando é que se reconhecerá aquilo que há quase dois séculos já era óbvio para algumas pessoas – as touradas são um divertimento bárbaro e impróprio de nações civilizadas?
por Carlos Loures
segunda-feira, 12 de março de 2012
Maestro Vitorino d'Almeida
"Se Tourada é Cultura, Canibalismo é Gastronomia"
Programa 'A Voz do Cidadão' emitido em 10 de Março de 2012 na RTP1.
Entrevista do Provedor do Telespectador da RTP ao Maestro Victorino D'Almeida a propósito da transmissão de touradas na televisão pública portuguesa.
"... é selvajaria torturar os nossos irmãos vivos..."
É PRECISO DIZER MAIS??
Programa 'A Voz do Cidadão' emitido em 10 de Março de 2012 na RTP1.
Entrevista do Provedor do Telespectador da RTP ao Maestro Victorino D'Almeida a propósito da transmissão de touradas na televisão pública portuguesa.
"... é selvajaria torturar os nossos irmãos vivos..."
É PRECISO DIZER MAIS??
Maestro António Victorino d'Almeida, touradas e Julio Pomar
No primeiro episódio (6/3/2011) de Memórias de Mim Mesmo, ao minuto 20, o Maestro António Victorino d'Almeida encontra-se com Júlio Pomar, um grande amigo com quem tem uma “discussão” sobre o tema "Touradas".
Júlio Pomar é aficionado, o Maestro é contra a tourada.
Pois bem, sob o olhar amigo e receptivo de Júlio Pomar, o Maestro faz a mais clarividente e deliciosa ridicularização da tourada:
domingo, 11 de março de 2012
Tauromaquia - o sadismo cobarde dos incivilizados
Como diz o Maestro Vitorino d’Almeida “Se tourada é cultura, canibalismo é gastronomia”.
Tauromaquia, ao contrário do que certos cobardes sádicos dizem, não passa de uma tradição doentia, de um grupo restrito e longe de ser consensualmente aceite. Mesmo assim, ainda é uma realidade em Portugal que, quando assinou a Declaração Universal dos Direitos do Animal , teve a infelicidade de solicitar uma excepção para os touros, em nome dessa tradição bárbara a que se chama tourada.
Já há dois séculos atrás, Alexandre Herculano (historiador e poeta português do século XIX) referiu-se, em o Bobo, às touradas da seguinte forma: "…espectáculo de eras barbaras, que a civilização, desenvolvendo-se gradualmente por alguns séculos, ainda não soube desterrar da Península, e que nos conserva na fronte o estigma dos bárbaros, embora tenhamos procurado esconder esse estigma debaixo dos ouropéis e pompas da arte moderna e pleitear a nossa vergonhosa causa perante o tribunal da opinião da Europa com sofismas pueris e ineptos.".
Lamentavelmente, esta citação é tão aplicável aos dias de hoje, como o era há séculos atrás.
E, mais lamentável ainda, é o facto de continuar a ser abundantemente divulgada, inclusive pela RTP, o que está errado a diversos níveis (a TVI também publicita os “eventos”, mas desta não se pode esperar grande coisa) e passarei a referir alguns dos motivos.
É amplamente sabido que exercer actos de violência gratuita sobre animais, torturando-os lentamente e matando-os é um dos maiores indicadores de uma personalidade extremamente violenta e deficiente em sensibilidade: basta olhar para as biografias de serial killers, violadores (e sádicos em geral) para ver que quase todos eles começaram a sua escalada de violência com animais. Mesmo assim, alguns pais irresponsáveis submetem os filhos à visualização destes “espectáculos de tortura” desde tenra idade, levando-os aos recintos da orgia sanguínea e correndo o risco de contribuir para a criação de uma personalidade doente. Algumas crianças choram aflitas e, ainda assim, os seus “pais” tentam incutir na sua mente que tal é arte, indiferentes ao sofrimento do animal e do seu próprio filho - são monstros a tentar criar monstros, que em vez de educar para a compaixão, parece que educam para um sadismo cobarde. Como se não bastasse, também a televisão tem a indecência de passar tais programas em horário diurno, acessível às crianças cuja personalidade se encontra em construção. Sendo a personalidade da criança algo em construção como é possível considerar que assistir a actos sádicos sobre seres mais fracos será benéfico para o seu desenvolvimento? A resposta é simples: não tem nada de benéfico. Há filmes sádicos para adultos que são menos violentos do que a tradição tauromática, a qual ainda tem a agravante obscena de ser real (e não um produto de ficção cinematográfica). Os espectáculos tauromáticos deviam acabar por estas razões óbvias, mas a existirem devia haver um grãozinho de consciência e decência para não os passar na televisão antes da madrugada (quando as crianças estão a dormir) e com alertas iniciais quando ao ferimento de susceptibilidades, por se tratar de um “documentário” de terror real.
Além disso, é uma actividade completamente cobarde, um jogo vergonhosamente viciado para que o “vencedor” seja sempre o mesmo. Não é à toa que se cerram os cornos do touro e lhe é dada uma certa dose de anestesia antes de entrar na arena, tal como não é toa que se monta a cavalo para lidar o touro, criando todas as condições para que o “derrotado” seja sempre o mesmo O que chama a isto? Cobardia, claro está.
Estimado leitor, cultura é literatura, cinema, música, desporto, teatro, pintura, … e só é verdadeiramente cultural, o que possa contribuir para o desenvolvimento da sociedade e para a evolução positiva da mentalidade e personalidade do ser humano. Além disso, a cultura específica de um país deve reflectir a vontade geral dos seus habitantes e em Portugal a grande maioria dos cidadãos desaprova esta “actividade”. Apenas uma minoria de fanáticos apoia esta tortura e, muitas vezes, apenas porque ganham dinheiro com isso. É este o país “democrático” em que vivemos, onde apenas se têm em conta os interesses doentios e corruptos de uma minoria que faz da tortura e sofrimento animal o seu modo de ganhar a vida. Tudo isto é tão cultural e eticamente errado, como eram as execuções em praça pública na Idade Média ou a mutilação genital que hoje em dia ocorre em certos países. Tudo isto foi/é feito em nome da tradição e cultura e não é por isso que se torna aceitável.
Como diria Mahatma Gandhi :
“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados”
E torna-se necessário evoluir enquanto sociedade, transformando em histórias do passado as crueldades gratuitas que ainda hoje se permitem.
Fonte
Tauromaquia, ao contrário do que certos cobardes sádicos dizem, não passa de uma tradição doentia, de um grupo restrito e longe de ser consensualmente aceite. Mesmo assim, ainda é uma realidade em Portugal que, quando assinou a Declaração Universal dos Direitos do Animal , teve a infelicidade de solicitar uma excepção para os touros, em nome dessa tradição bárbara a que se chama tourada.
Já há dois séculos atrás, Alexandre Herculano (historiador e poeta português do século XIX) referiu-se, em o Bobo, às touradas da seguinte forma: "…espectáculo de eras barbaras, que a civilização, desenvolvendo-se gradualmente por alguns séculos, ainda não soube desterrar da Península, e que nos conserva na fronte o estigma dos bárbaros, embora tenhamos procurado esconder esse estigma debaixo dos ouropéis e pompas da arte moderna e pleitear a nossa vergonhosa causa perante o tribunal da opinião da Europa com sofismas pueris e ineptos.".
Lamentavelmente, esta citação é tão aplicável aos dias de hoje, como o era há séculos atrás.
E, mais lamentável ainda, é o facto de continuar a ser abundantemente divulgada, inclusive pela RTP, o que está errado a diversos níveis (a TVI também publicita os “eventos”, mas desta não se pode esperar grande coisa) e passarei a referir alguns dos motivos.
É amplamente sabido que exercer actos de violência gratuita sobre animais, torturando-os lentamente e matando-os é um dos maiores indicadores de uma personalidade extremamente violenta e deficiente em sensibilidade: basta olhar para as biografias de serial killers, violadores (e sádicos em geral) para ver que quase todos eles começaram a sua escalada de violência com animais. Mesmo assim, alguns pais irresponsáveis submetem os filhos à visualização destes “espectáculos de tortura” desde tenra idade, levando-os aos recintos da orgia sanguínea e correndo o risco de contribuir para a criação de uma personalidade doente. Algumas crianças choram aflitas e, ainda assim, os seus “pais” tentam incutir na sua mente que tal é arte, indiferentes ao sofrimento do animal e do seu próprio filho - são monstros a tentar criar monstros, que em vez de educar para a compaixão, parece que educam para um sadismo cobarde. Como se não bastasse, também a televisão tem a indecência de passar tais programas em horário diurno, acessível às crianças cuja personalidade se encontra em construção. Sendo a personalidade da criança algo em construção como é possível considerar que assistir a actos sádicos sobre seres mais fracos será benéfico para o seu desenvolvimento? A resposta é simples: não tem nada de benéfico. Há filmes sádicos para adultos que são menos violentos do que a tradição tauromática, a qual ainda tem a agravante obscena de ser real (e não um produto de ficção cinematográfica). Os espectáculos tauromáticos deviam acabar por estas razões óbvias, mas a existirem devia haver um grãozinho de consciência e decência para não os passar na televisão antes da madrugada (quando as crianças estão a dormir) e com alertas iniciais quando ao ferimento de susceptibilidades, por se tratar de um “documentário” de terror real.
Além disso, é uma actividade completamente cobarde, um jogo vergonhosamente viciado para que o “vencedor” seja sempre o mesmo. Não é à toa que se cerram os cornos do touro e lhe é dada uma certa dose de anestesia antes de entrar na arena, tal como não é toa que se monta a cavalo para lidar o touro, criando todas as condições para que o “derrotado” seja sempre o mesmo O que chama a isto? Cobardia, claro está.
Estimado leitor, cultura é literatura, cinema, música, desporto, teatro, pintura, … e só é verdadeiramente cultural, o que possa contribuir para o desenvolvimento da sociedade e para a evolução positiva da mentalidade e personalidade do ser humano. Além disso, a cultura específica de um país deve reflectir a vontade geral dos seus habitantes e em Portugal a grande maioria dos cidadãos desaprova esta “actividade”. Apenas uma minoria de fanáticos apoia esta tortura e, muitas vezes, apenas porque ganham dinheiro com isso. É este o país “democrático” em que vivemos, onde apenas se têm em conta os interesses doentios e corruptos de uma minoria que faz da tortura e sofrimento animal o seu modo de ganhar a vida. Tudo isto é tão cultural e eticamente errado, como eram as execuções em praça pública na Idade Média ou a mutilação genital que hoje em dia ocorre em certos países. Tudo isto foi/é feito em nome da tradição e cultura e não é por isso que se torna aceitável.
Como diria Mahatma Gandhi :
“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados”
E torna-se necessário evoluir enquanto sociedade, transformando em histórias do passado as crueldades gratuitas que ainda hoje se permitem.
Fonte
A tourada, razão da existência do touro bravo?
Hugo Evangelista – Biólogo
"Um dos argumentos frequentemente mencionados em debates sobre touradas é o da importância em manter a espécie do touro bravo. Os proprietários das ganadarias mantêm os touros nos seus terrenos, não porque tenham uma grande consciência ecológica e ambiental, mas porque daí retiram dinheiro. Muito dinheiro. No dia em que os touros deixarem de ser vendidos a 2000 euros cada (sem contar com chorudos subsídios europeus), cerca de 2600 animais por ano (DN, 2007), os proprietários das ganadarias rapidamente se esquecerão de qualquer importância ecológica ou da biodiversidade do touro bravo. É esta a principal, senão a única, verdadeira razão para a continuação das touradas no nosso país - um forte interesse económico de um pequeno grupo de pessoas. É claro que, para desculpar o indesculpável, atiram para os olhos o argumento de se querer proteger uma espécie. Mas nem o touro bravo é uma espécie, porque é sim uma raça ou subespécie, nem a extinção desta raça é irremediável e obrigatória quando as touradas acabarem. A extinção desta raça não é irremediável nem obrigatória porque nada impede a criação parques naturais, santuários ou outras soluções viáveis para a conservação destes animais. O que não pode nunca acontecer é justificarmos a crueldade para com uma animal para o poder "conservar". Cabe na cabeça de alguém que a conservação do panda passe por lhe espetar bandarilhas no dorso? Que o repovoamento do lince ibérico na Península Ibérica passe por lhe cortar as orelhas e rabo? A conservação de espécies / raças, não é argumento para continuar as touradas. É um papel que tem de ser assumido pelos portugueses e pelo Estado e não por empresas que da exploração desses animais retiram avultados lucros. Existe outro argumento frequente, que é o da conservação dos ecossistemas, mas este é ainda mais frágil. É que estamos a falar de um animal totalmente domesticado, que só existe por selecção artificial de características de interesse, que no caso do touro bravo é essencialmente a bravura. Ou seja, o touro bravo não existe no campo por estar em total equilíbrio e conjugação com a Natureza. Está lá porque os ganadeiros assim o fizeram e ali o colocaram. Isto significa que um touro bravo é, no mínimo, um elemento supérfluo na manutenção dos montados portugueses. Voltamos então ao único argumento de peso para a manutenção das touradas. Os interesses económicos. Interesses esses que vivem de um espectáculo que promove a ideia de que existe justiça e igualdade em colocar um animal num local estranho e com regras definidas pelos humanos; que coloca animais numa luta que estes não desejam mas são forçados a entrar; que vive da diabolização da imagem de um herbívoro territorial e faz disso um espectáculo de entretenimento.
É vital rejeitarmos esta visão subversiva da realidade. É preciso dizer que a tourada não é uma fatalidade e que podemos acabar com uma das formas mais indignas e desumanas de tratamento dos animais da actualidade. O caso muito recente de Viana do Castelo dá-nos força e entusiasmo. É vital agora a maioria silenciosa que se opõe às touradas mostrar o seu descontentamento, de forma pró-activa e com um único compromisso: o respeito pelos animais e pela Natureza."
Consequências de ver videos de touradas em crianças
O estudo efectuou-se com 240 crianças oriundas de Madrid, 120 rapazes e 120 raparigas com idades compreendidas entre os 8 e os 10 anos, de vários contextos socioeconómicos. Foi-lhes mostrado vídeos de touradas com 3 narrações distintas, uma justificando-a como uma “festa nacional”, outra relatando-a como violenta e uma terceira narração que pretendia ser imparcial e neutra.
No presente estudo, 60% das crianças referiu a morte do touro como a parte que menos gostavam das touradas. Ao nível emocional e cognitivo, 52% sentiu mágoa ao ver o evento; mais de metade achou que não se devia fazer mal ao animal e um quarto da amostra, referiu que era um exemplo claro de mal trato animal.
As crianças que viram o vídeo com a narração de que era uma festa nacional (descrevendo a tourada mas ignorando as suas consequências negativas), obtiveram pontuações mais altas na escala de agressão e de ansiedade, em comparação com as que viram o vídeo com uma narração neutra. Dentro do mesmo grupo, os rapazes de nove anos alcançaram níveis de agressividade superiores às raparigas.
O vídeo com uma narração violenta causou maior impacto emocional negativo nas crianças, em comparação com as que viram o vídeo com uma narração neutra e imparcial. A principal conclusão é que a mensagem que acompanha o vídeo, produz grandes consequências na agressividade e ansiedade. As narrações “festivas” produzem maiores níveis de agressão e ansiedade, enquanto que, as narrações focadas nos aspectos negativos, produzem um maior impacto emocional nas crianças.
Assistir e ver episódios ou cenas violentas tem um maior impacto em crianças e no seu comportamento, do que em adultos, esta susceptibilidade dos mais jovens prolonga-se até aos 19 anos de idade (Viemero, 1986; Viemero e col., 1998). As raparigas parecem saber distinguir melhor entre realidade e ficção, enquanto que os rapazes tendem a analisar se o que vêem é possível e se corresponde ao que é esperado deles, identificando-se mais facilmente com personagens agressivas (Huesmann, 1986; Huesmann e col., 1998).
Ao passo que as justificações dadas ás cenas agressivas vão aumentando, também a tolerância das crianças a estes comportamentos violentos vai crescendo, aumentando por sua vez o seu nível de aceitação geral em relação a comportamentos agressivos (Drabman e Thomas, 1975; Drabman e col., 1977; Peña e col.,1999; Ramirez, 1991, 1993; Ramirez e col., 2001).
Podem ler o artigo completo em: “Agressive Behavior. volume 30, pag 16-28, (2004)”.
Fonte
Março de 2011
Multiplicam-se os estudos académicos que têm, de forma sustentada, demostrado os efeitos negativos das crianças e adolescentes assistirem a touradas na formação da sua personalidade.
Num desses estudos, do Departmento de Psicologia Clínica de Madrid, foram estudados os comportamento de 240 crianças espanholas, com idades compreendidas entre os 8 e os 10 anos, de vários contextos socioeconómicos. A um dos grupos de crianças foram mostrados vídeos de violência contra os animais durante as touradas, tendo de seguida sido observados os níveis mais altos na escala de agressão e de ansiedade, em comparação com outros grupos controlo. Dentro do mesmo grupo, os rapazes alcançaram níveis de agressividade superiores às raparigas.
A realidade é que a transmissão televisiva de touradas parece causar, de forma sustentada no conhecimento que está disponível até hoje, um impacto emocional negativo nas crianças, porque produz graves consequências na agressividade e ansiedade das crianças. Esta situação leva a que aumentem as justificações dadas às cenas agressivas, aumentando a tolerância das crianças a estes comportamentos violentos, aumentando por sua vez o seu nível de aceitação geral em relação a comportamentos agressivos.
Esta situação já levou a que vários países tenham limitado ou proibido a emissão televisiva de touradas.
Fonte
As touradas, uma das mais emblemáticas tradições espanholas, vão deixar de se ter transmitidas pela televisão pública nacional. A Radiotelevision Espanola (RTVE) justifica a medida com o risco de exposição das crianças à violência contra animais.
Decorrente da recente actualização do seu livro de estilo, a RTVE anunciou no sábado que deixará de transmitir corridas de touros, especialmente porque elas coincidem com as horas em que as crianças ainda estão a ver televisão, normalmente durante a tarde.
Esta medida terá, porém, pouco impacto na programação actual, uma vez que a estação já tinha deixado de transmitir regularmente corridas de touros em 2007, por razões comerciais (muitas vezes não conseguia comprar os direitos de transmissão) e optando por transmitir eventos mais populares, nomeadamente jogos de futebol.
O novo livro de estilo da estação estatal passa a consagrar as touradas como um acto de violência contra os animais e escuda-se nesta revisão das normas para justificar a sua decisão.
A Espanha tem vindo a intensificar o debate acerca do fim das corridas de touros, especialmente depois dos decisores da Catalunha terem votado, em Julho último, a favor do fim das touradas naquela região a partir de 2012. Uma medida semelhante tinha já sido posta em vigor nas Ilhas Canárias, que baniram a prática em 1991.
A decisão da Catalunha encorajou grupos de defesa dos animais, que reforçaram os seus protestos em Espanha e no norte de França, onde cerca de 100 touradas decorrem todos os anos.
Pelo contrário, os defensores das touradas vieram criticar a decisão da RTVE, apelidando-a de hipocrisia motivada por razões políticas. “Parece hipócrita que o mesmo critério não seja aplicado a outro tipo de conteúdos. Há muito mais cenas violentas, não apenas contra animais mas contra pessoas, mostradas em filmes e série de televisão e que são transmitidas em canais público”.
Este argumento é, porém, falacioso, uma vez que os filmes e as séries são ficção e as touradas são reais.
RTVE indica, porém, que a decisão não vai ficar “indiferente à relevância do universo das corridas de touros” em Espanha, sublinhando que irá continuar a oferecer “programação que destaque as dimensões artísticas, literárias, ambientais e sociais das touradas”.
As corridas de touros continuam a ser a pièce de résistance das festas que decorrem em muitas localidades espanholas, sobretudo no sul do país, onde esta prática está muito enraizada. Mesmo em Madrid, a praça de touro de Las Ventas, conta com cerca de 19 mil espectadores com bilhete de época.
Em sentido contrário, alguns canais de televisão passaram a desviar mais recursos para a transmissão de corridas de touros, nomeadamente o Canal Plus, um operador privado que introduziu em Maio uma opção que permite aos telespectadores verem uma tourada em 3D, indica o “NY Times”.
A Espanha tem vindo a intensificar o debate acerca do fim das corridas de touros, especialmente depois dos decisores da Catalunha terem votado, em Julho último, a favor do fim das touradas naquela região a partir de 2012
Público
Does bullfighting represent a psychological danger for young spectators ?
Why is it important to raise the question of youth attendance at bullfights ?
The particular nature of bullfighting violence
Traumatic effect of bullfighting spectacles
Habituation or incitement to violence
Does culture protect from the effects of violent spectacles ?
Are the parents who take their children to see bullfights bad parents ?
Learning to bullfight
Conclusion
Entrevista a Vitor Mendes
Ser toureiro é uma graça de Deus(?)
É uma vida difícil...
(*)O Animalismo é uma ideologia fictícia que satiriza o Stalinismo ; É um sistema de cunho político e económico descrita no livro "Animal Farm" de George Orwell.
(**)A Associação de Ganadeiros de Touros de Lide afirma que os touros são animais domésticos! É uma associação animalista(?)
"Existe una polémica de como clasificar al toro bravo, si como animal doméstico o salvaje. Es doméstico ya que, como los otros bovinos, las reses de lidia dependen totalmente para su subsistencia del hombre, quien determina el medio ambiente donde vive y su dieta manejando su evolución por medios de manipulación genética, con el propósito de beneficiarse económicamente de su bravura.”
ASOCIACIÓN EUROPEA DE GANADEROS DE TOROS DE LIDIA
(***)Enganou-se!
Victor Manuel Valentim Mendes, matador de touros e ganadero (director de lide e maestro da Escola de Toureio José Falcão) nasceu em Marinhais no dia 14 de fevereiro de 1958.
O matador de toiros que quer ser advogado e aprender a dançar
Vítor Mendes: "Toureio é quase como respirar"
"... o toureio em si é um jogo de racionalidade. Isto não é para ‘kamikazes'! Se assim fosse, o toiro jogaria em 70 ou 80 por cento de vantagem na força, na estupidez."
É uma vida difícil...
(...)
"Antitaurinos existiram sempre, mas há 10, 15 anos existe o "animalismo"(*), que tem a ver com uma doença grave da nossa sociedade, em que as pessoas tentam transportar a sensibilidade e o sentimento do que é racional e humano para o animal. E isto porque a nossa sociedade está doente. Existem cada vez mais indivíduos sós, com mais problemas psicológicos, em que a sensibilidade, o sentimento, a relação humana é difícil de alcançar. É difícil sentir e relacionar-se. Por este facto, os animais domésticos são a salvaguarda e a bóia de salvação de muita gente, que tenta transmitir a ideia de que também o toiro é um animal doméstico, o que não é(**). Transportar este sentimento para um animal irracional é totalmente estúpido. Respondendo directamente à sua pergunta, o que se passa em Barcelona é uma atitude política, que vai acabar por não vingar(***). Toureei várias vezes em Barcelona e sei o que estou a dizer."
(*)O Animalismo é uma ideologia fictícia que satiriza o Stalinismo ; É um sistema de cunho político e económico descrita no livro "Animal Farm" de George Orwell.
(**)A Associação de Ganadeiros de Touros de Lide afirma que os touros são animais domésticos! É uma associação animalista(?)
"Existe una polémica de como clasificar al toro bravo, si como animal doméstico o salvaje. Es doméstico ya que, como los otros bovinos, las reses de lidia dependen totalmente para su subsistencia del hombre, quien determina el medio ambiente donde vive y su dieta manejando su evolución por medios de manipulación genética, con el propósito de beneficiarse económicamente de su bravura.”
ASOCIACIÓN EUROPEA DE GANADEROS DE TOROS DE LIDIA
(***)Enganou-se!
Victor Manuel Valentim Mendes, matador de touros e ganadero (director de lide e maestro da Escola de Toureio José Falcão) nasceu em Marinhais no dia 14 de fevereiro de 1958.
O matador de toiros que quer ser advogado e aprender a dançar
Vítor Mendes: "Toureio é quase como respirar"
"... o toureio em si é um jogo de racionalidade. Isto não é para ‘kamikazes'! Se assim fosse, o toiro jogaria em 70 ou 80 por cento de vantagem na força, na estupidez."
A Igreja Católica e os espectáculos taurinos
GRANDE CORRIDA CARAS em 2 de Maio de 2010 na PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO PEQUENO em Lisboa. Padre Victor Melícias (embaixador português junto da UNESCO) Em Évora 2011 |
«É com profunda estranheza que assisto vulgarmente ao envolvimento da Igreja Católica em espectáculos sádico-taurinos . Não existe festa em honra de um qualquer santo padroeiro, que não assistamos à promiscuidade entre a paróquia local e as festas da aldeia/vila, protagonizadas com uma tourada ou atrocidade similar.
Não é incomum de todo, vislumbrarmos sacerdotes nas arenas a aplaudir e vibrar com o sofrimento alheio, num cenário de masturbação sádica colectiva. Boa parte das arenas da morte, são propriedade da Santa Casa da Misericórdia , gerida por sacerdotes católicos que delas retiram boas colheitas materiais. Este manto de cobertura moral por parte da Igreja Católica que acolhe e protege estes espectáculos de morte, sangue e sofrimento, fere mortalmente a credibilidade da Igreja Católica, que demonstra que não compreendeu, ou se recusa a compreender, a mensagem de bondade, tolerância e misericórdia trazida por Cristo.
Tirando o caso do corajoso ex-Bispo de Setúbal, a posição oficial da Igreja Católica perante esta pungente contradição é só uma. Um enorme e ensurdecedor silencio, um meter a cabeça na areia, fazendo de conta que ainda não se deram conta, nem estão a perceber os anseios e dúvidas de quem os interpela.
Até quando ? Provavelmente até quando já for tarde demais... Sempre foi assim.... É sempre tarde demais.
Esperemos que não tenha ferido os sentimentos dos que se sentem mais crentes, não foi essa, seguramente, a minha intenção.»
Junho 2007
Cónego Eduardo de Melo Peixoto:
"O espectáculo das corridas à antiga portuguesa , o toureio a cavalo e a pés e os "forcados" como prova de valentia , de coragem e mesmo de arte e sem a morte do touro na arena, aceito-o como aceito a caça e o tiro aos pombos".
Público 18/8/99
ESCOLAS DE TOUREIO – APRENDER A TORTURAR
Foto gentilmente "oferecida" pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Nestas escolas com a conivência dos pais começam bem cedo 6/7 anos a aprender como se torturam animais. Muitos deles acabam por abandonar os estudos para se dedicarem a esta suposta profissão. Tendo em conta a alta taxa de abandono escolar que se verifica no nosso país, muitos deles não chegam a completar a escolaridade obrigatória.
Muitas destas crianças provêm de familías com escassos recursos económicos que veem nesta "profissão" um modo de os seus filho/as atingirem fama, posição social e sobretudo ganharem dinheiro, muito dinheiro.
Começam por aprender toureio de salão que consiste na simulação de uma lide de capote e muleta em que o candidato a toureiro desenha lances com o capote e passes com a muleta.
Para os treinos é usada a chamada “tourinha”.
As aulas práticas passam também por visitas a ganaderias para participação em tentas.
No nosso país não há idade limite para tourear e muitas destas crianças começam a tourear em praças de touros aos 12 anos de idade.
De acordo com dados fornecidos pelos tauromafiosos o nosso país contabiliza 8 escolas de toureio, Vila Franca de Xira, Moita, Azambuja, Santarém, Golegã, Palmela, Almeirim e Coruche.
Estas escolas são financiadas com os nossos impostos, nomeadamente através das Câmaras Municipais.
Uma das "escolas" de toureio mais conhecidas é a de Vila Franca de Xira.
Transcrevemos a publicidade que a Câmara Muncipal têm o descaramento de fazer na sua website:
"A Escola de Toureio “José Falcão” de Vila Franca de Xira foi fundada em 11 de Agosto de 1984, ano do 10º aniversário da morte do matador de toiros vilafranquense, José Falcão.IWAB
Em Outubro de 1996, foi constituída uma Sociedade entre a Câmara Municipal de V. F. Xira, o Clube Taurino Vilafranquense e a Junta de Freguesia de V. F.X..
É a única Escola de Toureio Portuguesa que faz parte da Federação Internacional de Escolas Taurinas, desde 2001.
Devido a esse facto, os alunos da Escola têm levado o nome da Cidade às principais praças de toiros de Espanha e França.
A 13 de Junho de 2003, no Salão Nobre da Câmara Municipal, foi assinado um protocolo entre a Companhia das Lezírias, na pessoa do seu Presidente do Conselho de Administração, Dr. Salter Cid, e a Sra. Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, para a cedência das instalações do tentadero e casa do Cabo à Escola de Toureio.
No dia 1 de Maio de 2004, após as obras de recuperação, foram inauguradas as referidas instalações".
sábado, 10 de março de 2012
“Se os anti-touradas se preocupassem mais com as pessoas e menos com os animais a festa acabava”
Luís Ramos, especialista em cirurgia taurina, denuncia a falta de condições de enfermarias mas diz que Vila Franca de Xira é exemplar
A falta de condições nas enfermarias das praças de toiros coloca em perigo vidas humanas, diz o especialista em cirurgia taurina, Luís Ramos. A Palha Blanco de Vila Franca de Xira é, pelo contrário, um espaço que faz sombra às melhores praças de Espanha.
“Se os anti-touradas se preocupassem mais com as pessoas e menos com os animais a nossa festa acabava”. A afirmação foi feita pelo médico especialista em cirurgia taurina, Luís Ramos, que considera que as enfermarias com condições deficientes que existem por todo o país colocam em perigo vidas humanas.
O clínico garante que não trabalha sem condições e revela que Vila Franca de Xira está equipada com uma enfermaria de fazer inveja às melhores praças de Espanha. A equipa é constituída por oito profissionais de saúde e é a única no país que possui anestesiologista. O médico salienta ainda que é impossível garantir o salvamento de vidas quando o regulamento tauromáquico obriga apenas à presença de um médico e um enfermeiro em dias de festa.
O especialista falava num seminário sobre tauromaquia realizado nas arcadas da Praça de Toiros Palha Blanco, na terça-feira, 5 de Outubro, em Vila Franca de Xira.
A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria Rosinha, aproveitou para lembrar com orgulho que o auditório das touradas na sua cidade tem aumentado consideravelmente já que a Palha Blanco está colocada no terceiro lugar no ranking nacional dos espaços do género que maior número de espectáculos realiza.
O que alguns apelidaram de “terrorismo de intimidação” em relação à festa também foi abordado. “O Papa já recebeu cartas a queixarem-se que o Padre Vítor Melícias dá a cara pelas touradas” comentou José Potier, presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, exemplificando desta forma a pressão que os defensores da abolição das touradas colocam nas agendas mediáticas. Uma pressão que leva empresas, instituições e organizações a não querer associar os seus nomes e as marcas ao toiro.
Guilherme Costa, membro da Frente de Acção Pró-Taurina, disse ser necessário apostar numa comunicação profissional para a divulgação do que se passa no meio, lembrando que as touradas foram o espectáculo com mais público em Portugal, logo a seguir ao futebol, e que é necessário que cada vez mais pessoas assinem a petição de Moita Flores em defesa da festa brava.
O aficionado lembra que o seu movimento não procura o protagonismo, mas quer servir como arma de combate para alertar consciências. “Queremos que a festa seja um motivo de orgulho para os portugueses. Compreendemos quem não gosta, mas não compreendemos quem queira acabar com ela”.
A falta de projecção que a arte de tourear tem nos media dominou as discussões. Sentem-se em desvantagem em relação aos movimentos anti-touradas e queixam-se que a comunicação social e os tribunais dão mais atenção às minorias, descartando a realidade tauromáquica portuguesa.
“Estamos a dar demasiada importância a quem não a tem” exclamou Raúl Caldeira, crítico taurino e moderador do debate, completando a intervenção de João Ribeiro Telles, presidente do Sindicato Nacional de Toureiros Portugueses, que considera que os ataques não são relevantes, comparando-os a fantasmas. Admite contudo que é necessário um dinamismo e uma postura pró-activa e “não medrosa” com o intuito de mostrar as qualidades da tauromaquia.
O toureiro lamenta que não seja dada a verdadeira importância aos que fazem a festa e diz que conhece muitos que estão a passar dificuldades quando optam fazer desta arte a sua profissão. Os toureiros têm de ser mais acarinhados pelo público, pelos empresários e pela crítica, defendeu.
O Mirante
Praça de Toiros Palha Blanco |
“Se os anti-touradas se preocupassem mais com as pessoas e menos com os animais a nossa festa acabava”. A afirmação foi feita pelo médico especialista em cirurgia taurina, Luís Ramos, que considera que as enfermarias com condições deficientes que existem por todo o país colocam em perigo vidas humanas.
O clínico garante que não trabalha sem condições e revela que Vila Franca de Xira está equipada com uma enfermaria de fazer inveja às melhores praças de Espanha. A equipa é constituída por oito profissionais de saúde e é a única no país que possui anestesiologista. O médico salienta ainda que é impossível garantir o salvamento de vidas quando o regulamento tauromáquico obriga apenas à presença de um médico e um enfermeiro em dias de festa.
O especialista falava num seminário sobre tauromaquia realizado nas arcadas da Praça de Toiros Palha Blanco, na terça-feira, 5 de Outubro, em Vila Franca de Xira.
A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria Rosinha, aproveitou para lembrar com orgulho que o auditório das touradas na sua cidade tem aumentado consideravelmente já que a Palha Blanco está colocada no terceiro lugar no ranking nacional dos espaços do género que maior número de espectáculos realiza.
O que alguns apelidaram de “terrorismo de intimidação” em relação à festa também foi abordado. “O Papa já recebeu cartas a queixarem-se que o Padre Vítor Melícias dá a cara pelas touradas” comentou José Potier, presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, exemplificando desta forma a pressão que os defensores da abolição das touradas colocam nas agendas mediáticas. Uma pressão que leva empresas, instituições e organizações a não querer associar os seus nomes e as marcas ao toiro.
Guilherme Costa, membro da Frente de Acção Pró-Taurina, disse ser necessário apostar numa comunicação profissional para a divulgação do que se passa no meio, lembrando que as touradas foram o espectáculo com mais público em Portugal, logo a seguir ao futebol, e que é necessário que cada vez mais pessoas assinem a petição de Moita Flores em defesa da festa brava.
O aficionado lembra que o seu movimento não procura o protagonismo, mas quer servir como arma de combate para alertar consciências. “Queremos que a festa seja um motivo de orgulho para os portugueses. Compreendemos quem não gosta, mas não compreendemos quem queira acabar com ela”.
A falta de projecção que a arte de tourear tem nos media dominou as discussões. Sentem-se em desvantagem em relação aos movimentos anti-touradas e queixam-se que a comunicação social e os tribunais dão mais atenção às minorias, descartando a realidade tauromáquica portuguesa.
“Estamos a dar demasiada importância a quem não a tem” exclamou Raúl Caldeira, crítico taurino e moderador do debate, completando a intervenção de João Ribeiro Telles, presidente do Sindicato Nacional de Toureiros Portugueses, que considera que os ataques não são relevantes, comparando-os a fantasmas. Admite contudo que é necessário um dinamismo e uma postura pró-activa e “não medrosa” com o intuito de mostrar as qualidades da tauromaquia.
O toureiro lamenta que não seja dada a verdadeira importância aos que fazem a festa e diz que conhece muitos que estão a passar dificuldades quando optam fazer desta arte a sua profissão. Os toureiros têm de ser mais acarinhados pelo público, pelos empresários e pela crítica, defendeu.
O Mirante
Subsídios para as grandes dinastias da tauromaquia
Mais de 6.000.000,00 € (SEIS MILHÕES) por ano em subsídios para os membros das grandes famílias da tauromaquia!
Passanha - 4.960.467,74 €
Palha - 5.165.790,10 €
Freixo (Herdade Pégoras) - 2.594.321,99 €
Brito Paes - 1.832.844,62 €
Ribeiro Teles - 2.655.121,13 €
Veiga Teixeira - 1.965.438,41 €
Cortes de Moura - 872.868,13 €
Rego Botelho - 1.745.394,30 €
Ortigão Costa - 4.844.809,10 €
Romão Moura - 903.535,89 €
Brito Vinhas - 360.681,32 €
Charrua - 288.469,12 €
Câmara - 3.520.995,07 €
Sousa Cabral - 611.391,19 €
Varela Crujo - 766.506,23 €
Lupi - 1.675.751,25 €
sexta-feira, 9 de março de 2012
Andam a brincar às touradas com o nosso dinheiro
O que se passa neste país falido, de pessoas falidas, de empresas falidas, com um Estado falido e com Câmaras Municipais falidas relativamente ao apoio que se dá ao massacre de touros (peço perdão - dizem os aficionados que é uma nobre arte - digo eu "vão dar sangue" e não o tirem a quem não se pode defender) para regozijo e beneficio de meia dúzia é uma pouca-vergonha. E não me venham com a história da tradição, do retorno, da treta que dá emprego a muita gente porque estamos a falar de valores pornográficos numa época de vacas magras. Querem ver, ou melhor, ler?
Estremoz vai gastar 2,5 milhões de euros para remodelar a praça de touros, 80% deste dinheiro provem de fundos europeus do programa FEDER. Repito: DOIS VIRGULA CINCO MILHÕES! Pergunta: não existirão necessidades prementes, sociais quiçá!, em Estremoz para além desta empreitada? E a existirem não deveriam ter, no mínimo, igual consideração?
A C.M da Azambuja gasta 600 mil euros para renovar praça de touros. A C.M. de Vila Franca de Xira só em 2011 gastou em tauromaquia a quantia de 4.447.271 milhões de euros! Imagino o que não terá sido gasto ao longo de vários anos. Será possível que ninguém fale disto? Ninguém questiona a utilização de verbas de valor astronómico? Andamos nós a tapar os buracos financeiros da Câmaras que devem dinheiro a tudo o que é fornecedor levando milhares de empresas à falência e milhares de pessoas ao desemprego, para estes senhores andarem a gastar no pagode?
A C.M de Santarém ao longo de vários anos tem gasto milhares de euros na compra de bilhetes para touradas, 150 mil euros só em 2009. O mesmo aconteceu em 2010 e 2011. Também em 2009 a mesma Câmara gastou nove mil euros na compra de 200 exemplares do livro "João Patinhas - Um forcado". Tudo feito através de ajustes diretos. Nove mil euros em João Patinhas? Chamem o Tio Patinhas para gerir estas Câmaras por amor de Deus.
Outro exemplo asqueroso: entre 2004 e 2010 o Governo Regional do Açores, o Município de Angra do Heroísmo e a empresa municipal "Culturanga" gastaram mais de 2.600.000,00 milhões em apoios à tauromaquia.
Já em 2012 a Direção Regional do Turismo subsidiou o II Fórum Mundial Taurino com 75.000,00 euros. Sim - 2012 - o annus horribilis da nossa economia, com milhares de pessoas a passarem dificuldades extremas, desempregadas, a perderem a casa, os bens e a esperança, atoladas em dividas num desespero asfixiante. Mas para as touradas não pode faltar, não. Nunca.
Mas o escândalo continua a nível europeu com os contribuintes de todos os estados membros a pagarem subsídios aos ganadeiros de touros de lide. São milhões todos os anos e sempre os mesmos a receber. Famílias inteiras de ganadeiros e toureiros recebem subsídios entre os quais se encontram os Telles, os Núncios, por exemplo, ganadeiros como os Palhas, Infante da Câmara, Murteira Grave, etc. Neste último caso - Murteira Grave - recebe como ganadeiro e também recebe como uma empresa denominada Grave Empresa Unipessoal, Lda.
Estes dados, embora disponíveis em diversos websites governamentais, camarários e europeus são do total desconhecimento do comum dos mortais, ou da larga maioria. Sou anti-touradas. Abomino-as. Causa-me repúdio saber que em 2012 ainda habita neste planeta alguém capaz de aplaudir de pé o sofrimento de um animal. Mas isto que acabei de relatar não tem nada a ver com touradas. Isto é uma tourada.
Advogado Jorge Macieira comenta o artigo de Tiago Mesquita
Estremoz vai gastar 2,5 milhões de euros para remodelar a praça de touros, 80% deste dinheiro provem de fundos europeus do programa FEDER. Repito: DOIS VIRGULA CINCO MILHÕES! Pergunta: não existirão necessidades prementes, sociais quiçá!, em Estremoz para além desta empreitada? E a existirem não deveriam ter, no mínimo, igual consideração?
A C.M da Azambuja gasta 600 mil euros para renovar praça de touros. A C.M. de Vila Franca de Xira só em 2011 gastou em tauromaquia a quantia de 4.447.271 milhões de euros! Imagino o que não terá sido gasto ao longo de vários anos. Será possível que ninguém fale disto? Ninguém questiona a utilização de verbas de valor astronómico? Andamos nós a tapar os buracos financeiros da Câmaras que devem dinheiro a tudo o que é fornecedor levando milhares de empresas à falência e milhares de pessoas ao desemprego, para estes senhores andarem a gastar no pagode?
A C.M de Santarém ao longo de vários anos tem gasto milhares de euros na compra de bilhetes para touradas, 150 mil euros só em 2009. O mesmo aconteceu em 2010 e 2011. Também em 2009 a mesma Câmara gastou nove mil euros na compra de 200 exemplares do livro "João Patinhas - Um forcado". Tudo feito através de ajustes diretos. Nove mil euros em João Patinhas? Chamem o Tio Patinhas para gerir estas Câmaras por amor de Deus.
Outro exemplo asqueroso: entre 2004 e 2010 o Governo Regional do Açores, o Município de Angra do Heroísmo e a empresa municipal "Culturanga" gastaram mais de 2.600.000,00 milhões em apoios à tauromaquia.
Já em 2012 a Direção Regional do Turismo subsidiou o II Fórum Mundial Taurino com 75.000,00 euros. Sim - 2012 - o annus horribilis da nossa economia, com milhares de pessoas a passarem dificuldades extremas, desempregadas, a perderem a casa, os bens e a esperança, atoladas em dividas num desespero asfixiante. Mas para as touradas não pode faltar, não. Nunca.
Mas o escândalo continua a nível europeu com os contribuintes de todos os estados membros a pagarem subsídios aos ganadeiros de touros de lide. São milhões todos os anos e sempre os mesmos a receber. Famílias inteiras de ganadeiros e toureiros recebem subsídios entre os quais se encontram os Telles, os Núncios, por exemplo, ganadeiros como os Palhas, Infante da Câmara, Murteira Grave, etc. Neste último caso - Murteira Grave - recebe como ganadeiro e também recebe como uma empresa denominada Grave Empresa Unipessoal, Lda.
Estes dados, embora disponíveis em diversos websites governamentais, camarários e europeus são do total desconhecimento do comum dos mortais, ou da larga maioria. Sou anti-touradas. Abomino-as. Causa-me repúdio saber que em 2012 ainda habita neste planeta alguém capaz de aplaudir de pé o sofrimento de um animal. Mas isto que acabei de relatar não tem nada a ver com touradas. Isto é uma tourada.
Advogado Jorge Macieira comenta o artigo de Tiago Mesquita
quinta-feira, 8 de março de 2012
Vila Franca de Xira, concelho da INcultura, da INvolução e da Tortura Nacional!
É com tristeza e pesar que recebemos esta notícia.
Vila Franca de Xira poderia ser reconhecida no Mundo por tantas coisas positivas que temos no nosso concelho, desporto, escritores, até a gastronomia, mas ficaremos para sempre ligados e seremos identificados por uma mancha de sangue, de vergonha que irá perseguir este concelho.
Aos que apoiam a nossa causa, em defesa dos touros e dos cavalos, queremos agradecer a força que nos dão para continuarmos a lutar todos os dias até que a Abolição das touradas seja uma realidade!
Aos que defendem a "festa" resta-nos dizer que foi a mais humilhante notícia que poderíamos ter da nossas terra. Serão vós os que mancharam de sangue o nome de Vila Franca, serão vós os responsáveis pela tortura de animais inocentes torturados para prazer de mentes distorcidas. Serão vós que colocaram Vila Franca no mapa da obscuridade, quais mentes insensíveis ansiando pelo sangue.
Vila Franca de Xira merece mais. Merece melhor.
Vila Franca de Xira poderia ser reconhecida no Mundo por tantas coisas positivas que temos no nosso concelho, desporto, escritores, até a gastronomia, mas ficaremos para sempre ligados e seremos identificados por uma mancha de sangue, de vergonha que irá perseguir este concelho.
Aos que apoiam a nossa causa, em defesa dos touros e dos cavalos, queremos agradecer a força que nos dão para continuarmos a lutar todos os dias até que a Abolição das touradas seja uma realidade!
Aos que defendem a "festa" resta-nos dizer que foi a mais humilhante notícia que poderíamos ter da nossas terra. Serão vós os que mancharam de sangue o nome de Vila Franca, serão vós os responsáveis pela tortura de animais inocentes torturados para prazer de mentes distorcidas. Serão vós que colocaram Vila Franca no mapa da obscuridade, quais mentes insensíveis ansiando pelo sangue.
Vila Franca de Xira merece mais. Merece melhor.
Declaração da UNESCO 1980"A tauromaquia é terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espetáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura".
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
...
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa
Tauromaquia em Vila Franca de Xira Património Cultural Imaterial Nacional.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira declarou hoje os festejos taurinos Património Cultural Imaterial do Concelho.
A Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, reunida hoje às 15h nos paços do concelho apreciou, discutiu e aprovou por unanimidade uma proposta do Club Taurino Vilafranquese, em que a Festa Brava devia ser declarada Património Cultural Imatrial do Concelho.
Vila Franca é assim o primeiro concelho a blindar a Cultura Taurina, a proposta hoje aprovada será enviada ao organismo competente (Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal), este será o primeiro passo para que os festejos taurinos passem para uma outra fase de candidatura a Património Imaterial da Humanidade. Esperemos que Vila Franca de Xira seja a primeira das muitas cidades, vilas e aldeias deste País a declarem a Festa Brava Património Cultural Imaterial.
ENTREVISTA.- Williams Cárdenas habla sobre la declaración de Vila Franca de Xira"El mundo taurino se está uniendo para defender la Fiesta"
OS DINHEIROS PÚBLICOS E A TAUROMAQUIA : Requalificação da Praça de Toiros de Azambuja custa 600 mil euros
“A praça de touros de Azambuja foi um investimento folclórico e ruinoso.”
NOVIDADE???
- NÃO!!!!!
2012-03-06
A afirmação pertence a Daniel Claro, deputado municipal eleito pelo bloco de esquerda em Azambuja, em entrevista exclusiva.Como viu a questão da construção da praça de touros em Azambuja?
É, a par da concessão das águas, o erro mais marcante do consulado de Joaquim Ramos. Foi uma decisão folclórica. Eu avisei os deputados municipais que não tinha saído o totoloto ao doutor Ramos. Aqueles 2,5 milhões que ele anunciava terem vindo do QREN mais não eram do que o ressarcir de despesas que a Câmara já tinha feito e para as quais a EMIA tinha contraído empréstimos.
Você classifica a praça de touros como um investimento folclórico.
Folclórico e ruinoso.
Eu nem caio no facilitismo de fazer um paralelismo com as piscinas que estão fechadas e cujo arranjo custava o mesmo que a praça de touros custou.
Então não concorda com os argumentos de Joaquim Ramos relacionados com a tradição taurina em Azambuja?
O Mestre Sebastião Mateus Arenque escreveu uma série de livros que todos nós deveríamos ler, e o próprio presidente também escreveu os Contos Semibreves, que também nos ensinava muito sobre a verdadeira cultura e tradição de Azambuja. Nós temos uma cultura muito forte ligada à criação do cavalo e do touro, mas não temos tradição tauromáquica relacionada com as touradas propriamente ditas. Estamos a forçar essa tradição. Não houve qualquer tipo de iniciativa para que a sociedade civil tentasse arranjar dinheiro para a praça de touros, como aconteceu noutros lados. O bloco propôs em Assembleia Municipal o adiar das obras por três anos para que nesse período a Poisada do Campino pudesse organizar iniciativas com vista a minorar os gastos públicos. Mesmo assim não conseguimos evitar o disparate que foi feito.
Já para não falar dos bilhetes que a Câmara tem que comprar para oferecer quando há touradas.
Se a Câmara não o fizer, metade da praça fica vazia. Durante o ano não se conhecem iniciativas relevantes para aquele espaço.
Fonte
As razões são evidentes
Azambuja gasta 600 mil euros a renovar praça de touros.
Azambuja: 600 mil para Praça de Touros mas há esgotos a céu aberto
Petição reclama ETAR para Manique em vez de praça de toiros em Azambuja
Segundo a imprensa, a população de Manique do Intendente (Azambuja) está cansada de reclamar por uma rede de esgotos e pelo funcionamento da ETAR, que deveria servir também a freguesia de Vila Nova de São Pedro. Está online uma petição pública que apela à Câmara Municipal de Azambuja que “acabe a construção da ETAR de Manique do Intendente em vez de gastar 600 mil euros na remodelação da praça de toiros em Azambuja”.
“Câmara vai ter que alugar estrutura amovível para espectáculos da Feira de Maio
Obras de requalificação da Praça de Toiros de Azambuja prontas em Junho
A obra de requalificação da Praça de Toiros de Azambuja já arrancou mas só deverá ficar pronta em Junho. Para os espectáculos da Feira de Maio, que está à porta, a Câmara Municipal de Azambuja vai alugar uma estrutura amovível.
Edição de 2011-04-28
As obras de requalificação da Praça de Toiros de Azambuja - um investimento de cerca de 600 mil euros - já arrancaram. A intervenção deverá estar concluída em Junho.
Como O MIRANTE já tinha noticiado, a obra não vai ficar concluída a tempo da próxima Feira de Maio, contrariamente ao que chegou a ser avançado, e por isso, em Fevereiro, o município decidiu alugar uma praça amovível para receber os espectáculos tauromáquicos que decorrem durante o próximo mês.
Numa nota enviada às redacções a Câmara Municipal de Azambuja informa que o processo de requalificação tem como objectivo disponibilizar um espaço lúdico virado para as actividades taurinas que cumpra “todas as normas e regulamentos em vigor relativamente à realização de espectáculos públicos”.
Ao mesmo tempo, a autarquia quer enquadrar uma renovada praça de toiros “com mais dignidade, conforto e harmonia paisagística” na zona do chamado Campo da Feira, recentemente requalificado através do programa Polis.
A obra prevê uma construção ligeira com recurso a uma estrutura metálica revestida a chapa de contraplacado na zona das bancadas. Zonas de acessos, instalações sanitárias, bar, espaço de bilheteira, enfermaria e escritórios são algumas das valências que a requalificada praça vai possuir.
Um dos quatro sectores da praça será também equipado com “uma plataforma para transporte de cadeira de rodas, com acesso a três lugares nas bancadas”. Segundo a autarquia, a requalificação vai permitir uma lotação de 1800 lugares.
No perímetro imediato da arena foi mantido o muro em alvenaria que enquadra a “teia”. O muro exterior da praça, os “curros” dos toiros e a definição dos espaços a criar sob as bancadas serão executados em alvenaria corrente. O muro exterior terá uma estrutura metálica revestida pelo exterior com uma tela em serigrafia com elementos alusivos à prática da arte taurina.
O investimento é da responsabilidade da EMIA – Empresa Municipal de Infra-Estruturas de Azambuja. A obra tem suscitado polémica entre os eleitos na Câmara e Assembleia Municipal de Azambuja com a oposição a considerar o investimento demasiado elevado em tempos de crise.
A Praça de Toiros de Azambuja ficou interdita em Maio de 2010, pelo Instituto Electrotécnico Português, por não apresentar as condições de segurança necessárias para a realização de espectáculos.”
(Fonte: O Mirante)
“A pouco mais de 500 metros do centro de Manique do Intendente está uma vala para onde correm a céu aberto os esgotos provenientes de linhas de água para onde são encaminhados os esgotos domésticos da freguesia. O cheiro é nauseabundo e as águas paradas são um chamariz para todo o tipo de insectos e roedores. No Verão os moradores não conseguem aproximar-se do local”
(Fonte: O Mirante)
Os esgotos da freguesia do alto concelho continuam a correr a céu aberto
Petição reclama ETAR para Manique em vez de praça de toiros em Azambuja
Edição de 2011-01-20Está online uma petição que apela à Câmara Municipal de Azambuja para acabar a construção da ETAR em Manique do Intendente em vez de construir a Praça de Toiros de Azambuja que vai custar 600 mil euros.
Praça da Azambuja com reinauguração marcada para 25 de Setembro
A Praça de Touros da Azambuja tem já data marcada para a sua reinauguração.
Depois da sua reestruturação, abrirá portas a 25 de Setembro, sendo o cartel ainda desconhecido.
Esta reinauguração junta-se assim às recentes reaberturas das praças de touros de Setúbal e Idanha-a-Nova.
Azambuja poderá alugar praça de touros 2011-02-01
As obras da praça só deverão estar prontas em Novembro.
Depois da polémica levantada com a requalificação da praça de touros de Azambuja, que foi aprovada pela Câmara e pela Assembleia Municipal, eis que a autarquia pode mesmo ver-se obrigada a alugar uma praça desmontável para a realização das iniciativas do Mês da Cultura Tauromáquica e da Feira de Maio 2011. Isto porque a obra, no valor de 600 mil euros, apenas deverá estar concluída em Novembro deste ano, servindo assim apenas para as iniciativas de 2012 em diante.
O Fundamental sabe que a intenção da autarquia é acelerar todo o processo de forma a que a nova praça esteja pronta a tempo de receber as corridas do próximo mês de Maio, mas dado que estamos já às portas de Fevereiro tudo leva a crer que tal não será possível.
Câmara vai ter que alugar estrutura amovível para espectáculos da Feira de Maio
Edição de 2011-04-28
Obras de requalificação da Praça de Toiros de Azambuja prontas em Junho
A obra de requalificação da Praça de Toiros de Azambuja já arrancou mas só deverá ficar pronta em Junho. Para os espectáculos da Feira de Maio, que está à porta, a Câmara Municipal de Azambuja vai alugar uma estrutura amovível.
A Câmara da Azambuja, que gastou 600 mil euros na praça de touros, corta agora nas bolsas de estudo!
AZAMBUJA - CÂMARA DE AZAMBUJA CORTA NAS BOLSAS DE ESTUDO
Em pleno início do ano escolar, a Câmara de Azambuja aprovou ontem o corte de 50% no valor das bolsas de estudo e bolsas de mérito para o corrente ano lectivo de 2011/2012.
As bolsas de estudo passam a ter o valor de 600,00€ e as bolsas de mérito o valor de 300,00€.
O Centro Social e Paroquial da Azambuja beneficou das receitas do festival taurino de "solidariedade" realizado ontem na Azambuja ... mas encerrou as actividades de tempos livres que proporcionava a duas dezenas de alunos do segundo ciclo de escolaridade e os pais ficaram revoltados com a forma como foram tratados pela direcção da instituição católica que não lhes passou cavaco. Os encarregados de educação só souberam do encerramento por um funcionário do centro que entretanto foi despedido. Pais e funcionários falam em mau ambiente na instituição e o cónego que dirige a instituição não dá esclarecimentos.
Novembro de 2011
Tauromaquia: de Identidade Cultural a Praga Municipal 16.10.2011
A questão da identidade cultural de Azambuja vai ter de ser debatida mais tarde ou mais cedo. Até lá, ficamos à espera de ver os senhores, que agora defendem a tese de que a Tauromaquia é a maior marca cultural da sede do concelho, mostrarem a sua oposição à realização de rodeios à brasileira na Praça de Touros de Azambuja (foi o Sr. Presidente que sugeriu isso com uma grande dose de entusiasmo no debate de Dezembro de 2010 na Antena 1).
Não deixa de ser estranho que, sendo a identidade cultural da vila de Azambuja completamente incapaz de sobreviver ao golpe que seria o fim dos apoios municipais à tauromaquia, se tenha escolhido a figura de um cavador para colocar na “Montra” dessa mesma vila.
Mas deixemos a identidade cultural, para falarmos de necessidades concretas do concelho para onde o dinheiro da construção da praça de touros devia ter ido e não foi.
As IPSS’s do concelho estão com muitas dificuldades financeiras. Qual a solução? Realizou-se no passado 15 de Outubro uma corrida de touros “solidária”. Alguém me pode dizer quem vai receber estas verbas, e quanto se apurou?
De acordo com o Diario Taurino parece que até teve pouca gente a assistir, o que nos deve fazer reflectir (a nós e à Câmara Municipal) acerca do “amor” das gentes deste concelho por esta actividade.
Falo disto porque, sendo a praça propriedade da Câmara, suponho que a Câmara deve ter tido alguma preocupação na decisão de a organizar. No entanto, temos de ver que a mesma Câmara Municipal que eventualmente pode passar a dizer que a praça serve os fins da solidariedade, em 2010 não teve mais do que 350.000 euros (dados da reunião municipal de 15 Março 2011) para TODA a acção social no concelho: refeições nas escolas, apoios a IPSS, apoio a voluntariado, bolsas de estudo, etc; mas que, assim que recebeu os 600.000 euros comunitários correspondentes ao reembolso de investimentos feitos pela EMIA, não hesitou um segundo para pensar que a crise poderia requerer mais apoio social da autarquia, e foi logo construir uma praça de touros. Falta dizer que contrariamente à campanha de intoxicação informativa feita nos media pelos senhores do executivo Municipal, essas verbas poderiam ser aplicadas naquilo que se achasse melhor, e não forçosamente na construção de infrastruturas, como os nossos ilustres representantes andaram a dizer (dados retirados da acta da Assembleia Municipal de 24 de Fevereiro de 2011).
Portanto, a fome combate-se com touradas; o desemprego combate-se com touradas; a falta de casa combate-se com touradas, as estradas arranjam-se com touradas; enfim, temos pelo menos o grande consolo de ver o nosso Presidente de Câmara reconhecido como “aficionadíssimo” nos sites tauromáquicos.
Voltemos à vida do dia-a-dia no concelho. Na Assembleia Municipal de 29 de Abril de 2011, o senhor Presidente da Câmara de Azambuja, quando questionado acerca da não conclusão das obras na Estrada Moita do Lobo/Manique do Intendente, disse o seguinte:
“A estrada Moita do Lobo/Manique do Intendente foi feita até onde houve verbas disponíveis de fundos comunitários.”; Pois, acabaram-se os fundos, acabou-se a obra.
Apesar de ter sido atribuída, à EMIA, a competência necessária para realizar essas obras, falta-lhe o dinheiro para as poder fazer, porque quando o teve, aplicou-o numa praça de touros. Na mesma sessão da Assembleia, no ponto referente à Aplicação dos Resultados Líquidos do Exercício, parece que há uma proposta de reforço de 90.000 euros nos apoios, não às famílias carenciadas, aos Bombeiros ou à Cruz Vermelha Portuguesa, mas sim à Tauromaquia…
Um grande Olé para isto tudo!
O dinheiro é para coisas importantes… os bombeiros que esperem
quarta-feira, 7 de março de 2012
Subsidios
Diário da República, 2.ª série — N.º 185 — 26 de Setembro de 2011:
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO -PECUARIA LDA . . . . 33 301,81
. FRANCISCO ANTONIO MOURA ROMAO TENORIO . . . . . . . . . . . 138 534,22
.JOAO ANTONIO ROMAO DE MOURA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 402,55
Diário da República, 2.ª série — N.º 235 — 6 de Dezembro de 2010
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO -PECUARIA LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156.551,63
FRANCISCO ANTONIO MOURA ROMAO TENORIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41.368,8
Diário da República, 2.ª série — N.º 73 — 15 de Abril de 2010
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . 123 130,27
Diário da República, 2.ª série — N.º 63 — 30 de Março de 2011
.CASA PRUDENCIO - SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . . . . . 193 243,46
Diário da República, 2.ª série — N.º 73 — 15 de Abril de 2010
.IRMAOS TOSTE COELHO — SOCIEDADE AGRO PECUARIA LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 199,57
Diário da República, 2.ª série — N.º 228 — 24 de Novembro de 2008
.CASA PRUDENCIO - SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . . . . . 193 243,46
Diário da República, 2.ª série — N.º 42 — 2 de Março de 2009
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . . 263 570,2
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO -PECUARIA LDA . . . . 33 301,81
. FRANCISCO ANTONIO MOURA ROMAO TENORIO . . . . . . . . . . . 138 534,22
.JOAO ANTONIO ROMAO DE MOURA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 402,55
Diário da República, 2.ª série — N.º 235 — 6 de Dezembro de 2010
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO -PECUARIA LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156.551,63
FRANCISCO ANTONIO MOURA ROMAO TENORIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41.368,8
Diário da República, 2.ª série — N.º 73 — 15 de Abril de 2010
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . 123 130,27
Diário da República, 2.ª série — N.º 63 — 30 de Março de 2011
.CASA PRUDENCIO - SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . . . . . 193 243,46
Diário da República, 2.ª série — N.º 73 — 15 de Abril de 2010
.IRMAOS TOSTE COELHO — SOCIEDADE AGRO PECUARIA LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 199,57
Diário da República, 2.ª série — N.º 228 — 24 de Novembro de 2008
.CASA PRUDENCIO - SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . . . . . 193 243,46
Diário da República, 2.ª série — N.º 42 — 2 de Março de 2009
.CASA PRUDENCIO — SOCIEDADE AGRO-PECUARIA LDA . . . . . 263 570,2
Verónicas, chicuelinas e cultura
2010-03-09
Uma associação de forcados amadores "lá do Sul" organizou um espectáculo de beneficência que - é evidente - seria constituído por um festival taurino. Um dos beneficiados (mas que despudor!) seria uma associação… de amigos dos animais. Que, vá lá!, teve o bom senso de recusar a ajuda de "um festival que tortura animais".A tal não ter acontecido, aceitar-se-ia que, a seguir, e para ajudar qualquer associação de apoio às vítimas da violência doméstica, um clube de boxe sugerisse conseguir fundos com um combate entre um homem e uma mulher (de preferência ele de luvas e ela de mãos nuas).
Estas minhas considerações devem-se, se calhar, ao facto de ser um bota-de-elástico que não aprecia espectáculos tão… tão… (falta-me o adjectivo!) como a tourada ou o boxe. Ora sucede que este até é conhecido por "nobre arte" e aquela é considerada por muitos como uma das mais nobres ainda tradições nacionais (e é por isso que mesmo uma TV oficial como a RTP não tem problemas em nos brindar com transmissões directas e integrais da arte de bem cavalgar toda a sela e torturar todo o touro).
Mas estarei errado - pelo menos pensará a ministra da Cultura, pois acaba de criar uma Secção de Tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura. Houve quem se indignasse - mas, afinal, não será Gabriela Canavilhas que está certa? Os passos elegantes dos cavaleiros não serão um autêntico ballet? O sangue que jorra dos golpes das bandarilhas não lembrará teatro de tragédia do melhor? O amontoado de forcados dominando o touro não sugerirá uma obra de estatuária? O coro dos olés não pedirá meças aos coros wagnerianos?
Portanto!... Há de facto que olhar estes assuntos de cultura com espírito aberto, moderno, como, aparentemente, o da ministra.
Fonte
"Morrer como um Touro"
O Ministério da Cultura resolveu criar uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura a pretexto de que lidar touros seria uma tradição cultural portuguesa a preservar. Mas a tradição é mais antiga, do tempo em que humanos e animais lutavam na arena para excitar os nervos da multidão com o sangue e a morte anunciada. A piedade, que é um valor mais antigo do que Cristo, veio, na sua interpretação cristã, salvar disto os humanos. Esqueceu-se, porém, dos animais.
Há um momento nas touradas em que o touro, muito ferido já pelas bandarilhas, o sangue a escorrer, cansado pelos cavalos e as capas, titubeia e parece ir desistir. Afasta-se para as tábuas. Cheira o céu. Vêm os homens e incitam-no. A multidão agita-se e delira com o sangue. O touro sabe que vai morrer. Só os imbecis podem pensar que os animais não sabem. Os empregados dos matadouros, profissionais da sensibilidade embaciada, conhecem o momento em que os animais “cheiram” a morte iminente. Por desespero, coragem ou raiva (não é o mesmo?), o touro arremete pela última vez. Em Espanha morre. Aqui, neste país de maricas, é levado lá para fora para, como é que se diz? ah sim: ser abatido. A multidão retira-se humanamente, portuguesmente, de barriga cheia de cultura portuguesa, na tradição milenar à qual nenhuma piedade chegou.
Os toureiros têm pose que se fartam (e com a qual fartam toda a gente). Pose de hombre, pose de macho. Mas os riscos que de facto correm são infinitamente menores que a sorte que inevitavelmente espera os touros, que o sofrimento e a desorientação que infligem aos touros para o seu próprio prazer e o da multidão. Dá vontade de dizer que quem se porta assim, quem mostra orgulho de se portar assim, tem entre as pernas, e não apenas literalmente, órgãos bem mais pequenos que aqueles que os touros exibem.
Os toureiros são corajosos mas entram na arena sabendo que haverá sempre quem os safe, senão à primeira colhida, então à segunda. Às vezes aleijam-se a sério e às vezes morrem, o que talvez prove que os deuses da Antiguidade são justos, vingativos e amigos de todos os animais por igual. Os touros, esses, não têm ninguém que os vá safar em situação de risco, estão absolutamente sós perante a morte. Querem os toureiros ser hombres até ao fim? Experimentem ser tão homens como eram os homens e os animais na Antiguidade: se ficarem no chão, fiquem no chão. Morram na arena. É cultura. A senhora ministra da Cultura certamente compensará tão antigo costume.
Também era da tradição, em Portugal por exemplo, executar em público os condenados, bater nas mulheres, escravizar pessoas. Foi assim durante milénios. Ninguém via mal nenhum nisso a não ser, confusamente, com dúvidas, as próprias vítimas. Até que a piedade, na sua interpretação moderna e laica, acabou com tão veneráveis tradições.
Que será preciso para acabar com a tradição da tourada? Que sobressalto do coração será necessário para despertar em nós a piedade pelos animais?
Paulo Varela Gomes, “Cartas do Interior”, Público, 27 de Fevereiro de 2010
Nota:
Cultura, no dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo, costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como MELHORES, superiores, ou seja, erudição.
Cultura é INFORMAÇÃO, conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros.
A Cultura é CRIAÇÃO.
A cultura é EVOLUÇÃO
A cultura é um factor de HUMANIZAÇÃO.
Acredito que enquanto explorarmos, torturarmos, submetermos a todo o tipo de práticas brutais e desumanas, e finalmente matarmos, outros seres sensíveis, seja por hábito, vaidade, lucro ou tradição, não nos será possível abolir as mesmas práticas entre humanos.
A banalização da morte e do sofrimento traz mais morte e sofrimento.
Cabe-nos decidir em que mundo queremos viver e que legado pretendemos deixar aos nossos filhos.
Sabemos fazer melhor, estou certa!
Vila Franca de Xira Anti-Touradas
Em 2010 A Câmara não autorizou manifestação anti-touradas em Vila Franca de Xira
A Câmara de Vila Franca de Xira não autorizou uma manifestação contra a tauromaquia, prevista para este domingo na cidade numa altura em que decorrem as festas do Colete Encarnado. A autarquia justificou a recusa com o facto de a associação "Planeta Azul - associação ecológica alternativa, que tinha solicitado a autorização para a manifestação, não ter feito o pedido com a antecedência mínima de aviso prévio de dois dias úteis.
Diz o município que a comunicação da associação chegou ao gabinete da presidência às 16h59 de sexta-feira. Estabelece o artigo 2.º do Decreto-Lei 406/74 de 29 de Agosto, que as pessoas ou entidades que pretendam realizar reuniões, comícios, manifestações ou desfiles em lugares públicos ou abertos ao público deverão avisar por escrito e com a antecedência mínima de dois dias úteis o governador civil do distrito ou o presidente da câmara municipal, conforme o local da aglomeração se situe ou não na capital do distrito.
Neste domingo em Vila Franca de Xira decorreu durante a manhã uma espera de toiros seguida de largada. O programa das festas do Colete Encarnado inclui ainda ao fim da tarde uma corrida de toiros na Praça de Toiros Palha Blanco.
4 Jul 2010
Fonte: O Mirante
Diz o município que a comunicação da associação chegou ao gabinete da presidência às 16h59 de sexta-feira. Estabelece o artigo 2.º do Decreto-Lei 406/74 de 29 de Agosto, que as pessoas ou entidades que pretendam realizar reuniões, comícios, manifestações ou desfiles em lugares públicos ou abertos ao público deverão avisar por escrito e com a antecedência mínima de dois dias úteis o governador civil do distrito ou o presidente da câmara municipal, conforme o local da aglomeração se situe ou não na capital do distrito.
Neste domingo em Vila Franca de Xira decorreu durante a manhã uma espera de toiros seguida de largada. O programa das festas do Colete Encarnado inclui ainda ao fim da tarde uma corrida de toiros na Praça de Toiros Palha Blanco.
4 Jul 2010
Fonte: O Mirante
Mais uma desculpa esfarrapada da CMVFX para não autorizar que se manifestem contra um "espectáculo" bárbaro e que tem os dias contados, acredito que sim. Triste ver pessoas que se dizem evoluidas compactuarem com estes espectáculos desumanos que não respeitam a vida de um ser que merece respeito e protecção. Sou de Vila Franca e deixo aqui o meu repudio a tais festas que só servem para promover a violência e a barbárie. Sem ética! Sem humanidade!
Maria de Lourdes Feitor Carapelho
O Mirante dos LeitoresO que penso é que, no fundo, e apesar da teia da ignorância, todas as pessoas sentem que este tipo de espectáculos bárbaros têm os seus dias contados, pois não fazem qualquer sentido. Por isso, refugiam-se por trás do escudo das burocracias que, neste caso, impediram uma manifestação pública de desagrado em relação às touradas. Também é verdade que é necessário o destacamento de forças policiais que impeçam que uma manifestação pacífica se transforme numa guerrilha; quero acreditar que foi esta a razão da recusa do pedido: não ter havido tempo para preparar esta “protecção”...Resta-me acrescentar que resido em Vila Franca de Xira e que este tipo de festas é tudo o que me deixa mais triste em lá morar.Yara-Cléo Bueno
Em 2002 a PJ investigou a utilização de drogas nos touros
... e qual o resultado? O que foi apurado? Desde então nada se sabe...
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a utilização de drogas nos touros de lide. As investigações arrancaram há cerca de um mês, depois de a PJ ter recebido várias denúncias de veterinários segundo as quais terão sido detectados vestígios de Rompun e Calmivet em carcaças de touros lidados em praças portuguesas.
Segundo uma fonte da PJ, o Rompun e o Calvimet, sendo subs-tâncias analgésicas, estarão a ser utilizadas com o objectivo de tornar os touros mais dóceis para o toureio a cavalo. João Alvoeiro, presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários, afirma que estes medicamentos animais “não podem ser usados para isso: é impossível, porque o touro fica completamente atordoado, cambaleante”.
A verdade é que, segundo disse ao Correio da Manhã um ganadero cujos animais já sofreram os efeitos do Rompun, esta substância está a ser utilizada em Portugal para acalmar os touros antes de entrarem na arena. “Já houve casos pontuais em Portugal”, afirma peremptoriamente esse criador, que solicitou o anonimato.
E para que não restem dúvidas sobre a utilização de Rompun e Calvimet, este ganadero é ainda mais preciso: “no meu caso, os touros ficaram praticamente a dormir; enganaram-se nas doses e nem sequer chegaram a ser lidados”. Mais: “no meu caso, não me calei porque foi evidente de mais. E denunciei a situação à autoridade sanitária”.
Passados alguns dias os animais regressaram ao estado normal, desaparecendo os vestígios dessas substâncias por via da urina. Daí que, para detectar resíduos de Rompun ou Calvimet, “as análises têm que ser feitas logo a seguir aos animais terem sido lidados”, sublinha aquele ganadero.
O recurso a estes medicamentos parece ter uma explicação muito simples: “quando os toureiros têm medo dos touros, porque são grandes, utiliza-se tranquilizantes”, acrescenta. Vasco Lucas, secretário-técnico da Associação Portuguesa de Criadores de Touros de Lide, reconhece que já “ouviu falar” na utilização de drogas nos touros de lide, mas deixa claro que “a associação não sabe de nada oficialmente”.
Segundo este responsável, os toureiros “pretendem ter cada vez mais um touro mais dócil, porque é isso que permite o toureio artístico e é isso que o público quer”. Só que, “quando aparecem touros mais dóceis, começa-se a falar em drogas, mas não é”, afirma.
Explica Vasco Lucas que “os touros mais dóceis são o resultado de uma selecção genética feita pelos ganaderos”. Esse aperfeiçoamento genético “é feito a partir da tenta (lide)” e o tipo de touros “depende do critério de cada criador: uns gostam mais de animais agressivos, outros preferem animais mais dóceis”, conclui.
As mães dos touros aprovados são seleccionadas para procriação, enquanto que as mães dos reprovados têm como destino o consumo de carne. O criador contactado pelo Correio da Manhã não tem dúvidas que “os touros hoje já são mais toureáveis, mais nobres”, na sequência de uma selecção genética que “permite obter touros mais suaves”.
Mas, mesmo assim, frisa que “ninguém quer falar (na utilização de drogas para tranquilizar os touros de lide). Os toureiros dizem que não o fazem e os ganaderos também não querem falar, porque os seus touros podem ser vetados das corridas”.
De facto, o Correio da Manhã contactou um criador cuja resposta foi lapidar: “nunca ouvi falar em nada nem ninguém me drogou touros”. A dopagem de touros parece não ser um problema exclusivamente nacional. “Em Espanha fala-se na utilização de tranquilizantes por inalação”, diz o ganadero cujos touros já foram drogados.
ANIMAIS MAIS DÓCEIS
Diz a Polícia Judiciária e o ganadero contactado pelo Correio da Manhã, a quem já drogaram touros, que a utilização do Rompun e do Calmivet são tranquilizantes utilizados para tornar os touros mais fáceis de tourear. E o secretário-técnico da Associação Portuguesa de Criadores de Touros de Lide admite que, “se forem aplicados em doses pequenas, podem ter esse efeito, mas (os medicamentos) têm sempre efeitos imprevisíveis”.
O Guia de Produtos Veterinários - Índice Nacional Veterinário, de 1995/96, inclui o Rompun no grupo dos sedativos e ansiolíticos destinados ao sistema nervoso cérebro-espinal. Ambos os medicamentos são aplicados nos animais através de injecção, com o recurso a dardos, por exemplo.
Rompun é um “sedativo, analgésico, anestésico e relaxante muscular para ovinos, bovinos, equinos, cães e gatos” indicado para o “transporte, habituação (à instalação ou ao trabalho), pesagem, mudança de pensos, inseminação artificial, reposição do prolapso uterino, do torsio uterino, bem como pré-anestésico para a aplicação de anestesia local ou endovenosa em casos de rumenotomia, cesariana”.
Esse medicamento animal “aplica-se ainda em amputação de chifres, unhas e tetas, castração, esterilização, cesariana em decúbito, extracção de dentes”. Pode ser também aplicado em “operações prolongadas e dolorosas”. O Calmivet Injectável, por seu lado, é indicado como “tranquilizante neuroplégico, regulador neuropsíquico".
Fonte
23-07-2002
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a utilização de drogas nos touros de lide. As investigações arrancaram há cerca de um mês, depois de a PJ ter recebido várias denúncias de veterinários segundo as quais terão sido detectados vestígios de Rompun e Calmivet em carcaças de touros lidados em praças portuguesas.
Segundo uma fonte da PJ, o Rompun e o Calvimet, sendo subs-tâncias analgésicas, estarão a ser utilizadas com o objectivo de tornar os touros mais dóceis para o toureio a cavalo. João Alvoeiro, presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários, afirma que estes medicamentos animais “não podem ser usados para isso: é impossível, porque o touro fica completamente atordoado, cambaleante”.
A verdade é que, segundo disse ao Correio da Manhã um ganadero cujos animais já sofreram os efeitos do Rompun, esta substância está a ser utilizada em Portugal para acalmar os touros antes de entrarem na arena. “Já houve casos pontuais em Portugal”, afirma peremptoriamente esse criador, que solicitou o anonimato.
E para que não restem dúvidas sobre a utilização de Rompun e Calvimet, este ganadero é ainda mais preciso: “no meu caso, os touros ficaram praticamente a dormir; enganaram-se nas doses e nem sequer chegaram a ser lidados”. Mais: “no meu caso, não me calei porque foi evidente de mais. E denunciei a situação à autoridade sanitária”.
Passados alguns dias os animais regressaram ao estado normal, desaparecendo os vestígios dessas substâncias por via da urina. Daí que, para detectar resíduos de Rompun ou Calvimet, “as análises têm que ser feitas logo a seguir aos animais terem sido lidados”, sublinha aquele ganadero.
O recurso a estes medicamentos parece ter uma explicação muito simples: “quando os toureiros têm medo dos touros, porque são grandes, utiliza-se tranquilizantes”, acrescenta. Vasco Lucas, secretário-técnico da Associação Portuguesa de Criadores de Touros de Lide, reconhece que já “ouviu falar” na utilização de drogas nos touros de lide, mas deixa claro que “a associação não sabe de nada oficialmente”.
Segundo este responsável, os toureiros “pretendem ter cada vez mais um touro mais dócil, porque é isso que permite o toureio artístico e é isso que o público quer”. Só que, “quando aparecem touros mais dóceis, começa-se a falar em drogas, mas não é”, afirma.
Explica Vasco Lucas que “os touros mais dóceis são o resultado de uma selecção genética feita pelos ganaderos”. Esse aperfeiçoamento genético “é feito a partir da tenta (lide)” e o tipo de touros “depende do critério de cada criador: uns gostam mais de animais agressivos, outros preferem animais mais dóceis”, conclui.
As mães dos touros aprovados são seleccionadas para procriação, enquanto que as mães dos reprovados têm como destino o consumo de carne. O criador contactado pelo Correio da Manhã não tem dúvidas que “os touros hoje já são mais toureáveis, mais nobres”, na sequência de uma selecção genética que “permite obter touros mais suaves”.
Mas, mesmo assim, frisa que “ninguém quer falar (na utilização de drogas para tranquilizar os touros de lide). Os toureiros dizem que não o fazem e os ganaderos também não querem falar, porque os seus touros podem ser vetados das corridas”.
De facto, o Correio da Manhã contactou um criador cuja resposta foi lapidar: “nunca ouvi falar em nada nem ninguém me drogou touros”. A dopagem de touros parece não ser um problema exclusivamente nacional. “Em Espanha fala-se na utilização de tranquilizantes por inalação”, diz o ganadero cujos touros já foram drogados.
ANIMAIS MAIS DÓCEIS
Diz a Polícia Judiciária e o ganadero contactado pelo Correio da Manhã, a quem já drogaram touros, que a utilização do Rompun e do Calmivet são tranquilizantes utilizados para tornar os touros mais fáceis de tourear. E o secretário-técnico da Associação Portuguesa de Criadores de Touros de Lide admite que, “se forem aplicados em doses pequenas, podem ter esse efeito, mas (os medicamentos) têm sempre efeitos imprevisíveis”.
O Guia de Produtos Veterinários - Índice Nacional Veterinário, de 1995/96, inclui o Rompun no grupo dos sedativos e ansiolíticos destinados ao sistema nervoso cérebro-espinal. Ambos os medicamentos são aplicados nos animais através de injecção, com o recurso a dardos, por exemplo.
Rompun é um “sedativo, analgésico, anestésico e relaxante muscular para ovinos, bovinos, equinos, cães e gatos” indicado para o “transporte, habituação (à instalação ou ao trabalho), pesagem, mudança de pensos, inseminação artificial, reposição do prolapso uterino, do torsio uterino, bem como pré-anestésico para a aplicação de anestesia local ou endovenosa em casos de rumenotomia, cesariana”.
Esse medicamento animal “aplica-se ainda em amputação de chifres, unhas e tetas, castração, esterilização, cesariana em decúbito, extracção de dentes”. Pode ser também aplicado em “operações prolongadas e dolorosas”. O Calmivet Injectável, por seu lado, é indicado como “tranquilizante neuroplégico, regulador neuropsíquico".
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