... a palavra utilizada para definir o conceito da chamada ´arte´ de lidar Touros. Deriva da palavra Grega Tauromachia cujo significado é "combate com Touros".
Engloba todas as actividades que envolvam touros como corridas de touros, novilhadas, garraiadas, e a própria criação do gado nas ganadarias especializadas. Normalmente é conotada com aquele que é considerado o seu expoente máximo a Tourada.
Existem diversos tipos de Touradas, mudando a forma de lidar com o Touro e o seu destino final. No seu essencial a Tourada defende que a luta entre Touro e toureiro deve ser justa pairando no ar a dúvida sobre quem sairá vencedor.
Engloba todas as actividades que envolvam touros como corridas de touros, novilhadas, garraiadas, e a própria criação do gado nas ganadarias especializadas. Normalmente é conotada com aquele que é considerado o seu expoente máximo a Tourada.
Existem diversos tipos de Touradas, mudando a forma de lidar com o Touro e o seu destino final. No seu essencial a Tourada defende que a luta entre Touro e toureiro deve ser justa pairando no ar a dúvida sobre quem sairá vencedor.
Cada aficionado olha para a Tourada com um olhar próprio e particular. Aquilo que encanta a uns pode não ser o que suscita encantos a outros. Para alguns um Touro já não é considerado Natureza. É considerado cultura, resultado do apuramento refinado dos ganadeiros ao longo dos tempos. Um Touro nasce para a luta e para a dor num jogo de vida e morte com dimensão mágica. O Homem pode morrer, o Touro deve morrer. Ao arriscar a sua vida o toureiro ganha o direito de matar o Touro nesta cerimónia onde se transcende a morte.
A lide de um Touro dura tipicamente 20 minutos a meia hora sendo lidados vários Touros numa Tourada que dura perto de duas horas. Um Touro que demonstra a bravura excepcional e conquiste o respeito da arena terá a sua vida poupada, através de um indulto, retornando ao campo para viver livre o resto da sua vida e ser utilizado como macho semental / reprodutor para transmitir a sua bravura à descendência. No entanto mesmo quando indultados 80% dos Touros morrem no dia seguinte devido à gravidade das lesões sofridas.
Quando não existe este indulto o fim da Tourada resulta em morte. Seja por uma estocada certeira ao coração, seja por várias estocadas falhadas, seja por recolhimento aos curros onde é assolado por febres devido aos ferimentos, e perda massiva de sangue, podendo ou não chegar vivo ao matadouro onde seguirá para ser transformado em carne de consumo.
Utensílios de Toureio
1. Espadas - aplicadas para a morte do Touro.
2. Bandarilhas - são cravadas no lombo do Touro a cavalo ou a pé.
3. Descabello Touros de 2 Canais - utilizada para estocar a nuca do Touro quando este agoniza por não morrer com o golpe de espada.
4. Espada Fusta.
5. Puntilha - tem a mesma função de 3) mas em forma de punhal.
As bandarilhas devem medir 70 cm de comprimento, ser enfeitadas com papel de seda multi-color e rematadas com um ferro de 8 cm, com um arpão de 4 cm de comprimento e 20 mm (2 cm) de largura;
As farpas ou ou ferros compridos e os ferros curtos devem medir, respectivamente, 140 cm e 80 cm de comprimento, com ferragem idêntica à da bandarilha, mas com dois arpões, e ser enfeitados e arrematados da mesma forma que as bandarilhas.
As bandarilhas a duas mãos pelos cavaleiros devem medir 90 cm de comprimento.
Os ferros compridos devem partir de modo a que 35 cm fiquem na rês e o restante na mão do cavaleiro.
Dados Estatísticos
- 68 Praças de Touros em Portugal
- 91 Ganadarias em Portugal
2009 - dados estatísticos emitidos pelo INE
- 131 Touradas
- 265 275 Espectadores assistiram às Touradas.
- 172 042 Bilhetes Comprados
- 93 233 Bilhetes Oferecidos
- 3 914 917 € de receita (perto de 4 milhões de euros)
- 22,8 € foi o preço médio de bilhete
- 3% do Total de Espectadores e 6% do Total de Receitas é o peso das Touradas relativamente às ocorrências e assistências em todos os espectáculos ao vivo.
2010 - comunicado emitido pela Associação Nacional de Toureiros
- 304 Espectáculos Tauromáquicos dos quais 183 foram Touradas
- 15 Delegados Técnicos Tauromáquicos em actividade
- 57 Cavaleiros em actividade
- 2 Matadores em actividade
- 11 Novilheiros em actividade
- 81 Bandarilheiros em actividade
- 5 Moços de Espada em actividade
- 25 Emboladores em actividade
- 109 Empresas envolvidas na actividade
- 48 Grupos de Forcados em actividade
Opinião Pública
Em Portugal existem actualmente sentimentos muito antagónicos em relação à tourada. Isso é expresso nas sondagens e adesão a grupos e petições lançadas em redes sociais.
Maio de 2007 - Estudo sobre Direitos e Protecção dos Animais financiado pela Associação ANIMAL ao CIES do ISCTE
- 50.5 % dos Portugueses defendem a proibição da tourada
- 39.5 % Opõem-se a essa proibição
- 10.0 % Não têm opinião formada
Março de 2011 - Sondagem encomendada pela Federação Pró-Toiro à Eurosondagem
- 32,7 % dos Portugueses apreciam as actividades com Touros
- 20,6 % São indiferentes à existência ou não destas actividades
- 32,8 % Não apreciam as actividades mas não concordam com a sua abolição
- 11,0 % São contra este tipo de actividades
Ou seja 86,1% dos Portugueses tolera a existência das actividades com Touros. De entre estes:
- 57,9 % Já assistiu a touradas ao vivo
- 76,6 % Já assistiu a touradas na TV
- 61,6 % Não sente necessidade de assistir a mais touradas na TV
- 59,0 % Sentem que a tourada contribui de forma positiva para a imagem de Portugal no exterior
- 3,9 % Sentem que a tourada contribui de forma negativa para a imagem de Portugal no exterior
- 65,3 % Julgam ser grave para a identidade cultural de Portugal o desaparecimento da actividade taurina
Redes Sociais
- Mais de 190 000 fãs de páginas anti-tourada no Facebook
- Mais de 50 000 assinantes da petição "Pela Abolição da Touradas e Todos os Espectáculos com Touros"
- Mais de 75 000 fãs de páginas pró-tourada no Facebook
- Mais de 18 000 assinantes da petição "Em Defesa da Festa Brava"
Estranhamente existem mais pessoas a aderir a movimentos online anti-tourada mas depois isso não se reflecte nas petições onde é clara a vantagem dos movimentos pró-tourada.
Financiamento
A indústria taurina orgulha-se de afirmar que é auto-sustentável não necessitando de apoios do estado. No entanto, como indicado nas estatísticas do INE para 2009, existiram quase 93 233 bilhetes que não foram colocados a venda ao público. Representam 35% dos lugares disponíveis. Como justificar estes números? Talvez o apoio de mais de 1 Milhão de Euros dado pelas autarquias a esta indústria possa justificá-los. Com umas rápidas pesquisas na Internet rapidamente se chegam a dados como os seguintes emitidos pelas próprias câmaras que a isso são obrigadas:
- Alandroal: 40 000 € para realização de actividades com touros.
- Angra do Heroísmo: 275 000 € para financiar as actividades com touros.
- Azambuja: 76 000 € para aquisição de bilhetes para oferecer.
- Azambuja: 600 000 € em 2010 para requalificação da praça de touros.
- Elvas: 65 000 € em 2009 para aquisição de praça de touros desmontável.
- Portel: 75 000 € em 2009 para aquisição de praça de touros amovível.
- Setúbal: financiamento de 120 000 € à empresa Aplaudir ao longo de 6 anos para a reabilitação da praça de touros local.
- Santarém: mais de 168 000 € gastos em 2009 em bilhetes para oferecer.
- Santarém: 20 000 € gastos em 2010 em bilhetes para as corridas de Junho.
- Vila Franca de Xira: Mais de 1 500 000 € gastos em 3 anos.
- ...
Seria interessante também saber quanto custam à RTP as transmissões de corridas de touros já que mais uma vez falamos de dinheiro dos contribuintes a ser gasto para financiar esta indústria.
Legislação
Portugal tem em vigor leis de protecção aos animais (Lei 92/95) onde entre outras coisas definem o seguinte
"
- São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos conscientes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal.
- Os animais doentes, feridos ou em perigo devem, na medida do possível, ser socorridos.
- São também proibidos os actos consistentes em
a) Exigir a um animal. em casos que não sejam de emergência, esforços ou actuações que, em virtude das suas condição, ele seja obviamente incapaz de realizar ou que estejam obviamente além das suas possibilidades;
b) Utilizar chicotes com nós, aguilhões com mais de 5 mm, ou outros instrumentos perfurantes, na condução de animais, com excepção dos usados na arte equestre e nas touradas autorizadas por lei;
"
Existe um extenso regulamento do espectáculo tauromáquico disponível no site da Inspecção Geral das Actividades Culturais que aborda vários aspectos relacionados com a logística, os intervenientes, os utensilios, os espaços e os critérios de escolha e condicionamento das reses.
Os Touros de morte eram proibidos em Portugal até que em 2002 foi criado o regime de excepção que permitiu a legalização das touradas de morte em locais onde fosse provado que era uma tradição vincada.[1]
Desde 2008 foi decretado pelo Tribunal de Lisboa que as corridas de touros não podem ser passadas na TV antes das 22h30m por considerar que é susceptível de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes, e passa a ser obrigatório a sinalização contínua de que as imagens podem ferir susceptibilidades.
Proibir as Touradas
Apesar de não existir uma tendência clara na opinião pública vários municipios declararam já a proibição da execução de touradas nos seus concelhos. Juntaram-se assim às mais de 70 Cidades espanholas que caminharam no mesmo sentido rompendo com a tradição cultural vingente. As pioneiras em Portugal até ao momento são:
- Braga
- Cascais
- Sintra
- Viana do Castelo
[1]
Depois da notoriedade pública que adquiriu o caso da organização ilegal de touradas com touros de morte em Barrancos, como parte das festividades populares locais, a Lei n.º 19/2002 de 31 de Julho revogou o Decreto n.º 15355, de 14 de Abril de 1928 e concedeu autorização excepcional para a realização de espectáculos com touros de morte «no caso em que sejam de atender tradições locais que se tenham mantido de forma ininterrupta, pelo menos, nos 50 anos anteriores à entrada em vigor do presente diploma, como expressão de cultura popular, nos dias em que o evento histórico se realize».
Sem comentários:
Enviar um comentário