segunda-feira, 4 de março de 2013

Convenção da UNESCO – Ficção e Realidade

UNESCO

Ficção:
Desde que um “iluminado” achou que as touradas poderiam ser classificadas como património cultural imaterial, ao abrigo da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO, que câmaras municipais e mesmo o governo francês se apressaram a qualificar as touradas como bem cultural imaterial, afirmando que por via desta declaração as touradas serão blindadas ou seja protegidas para sempre.

Realidade:
Mesmo que a UNESCO aceitasse as touradas como património cultural imaterial da humanidade, tal nunca significaria a blindagem das mesmas.

A Convenção da UNESCO, tem como objectivo proteger culturas que se encontram em vias de extinção, o que não é o caso das touradas primeiro porque não são cultura e segundo porque imediatamente, não estão em vias de extinção.
De acordo com a convenção, os estados que a subscreveram devem decidir quais são as culturas que consideram em vias de extinção e como tal apresentarem candidaturas que poderão ser ou não aceites. Se a candidatura for aceite, e classificada como tal, isso não implica que essa cultura seja protegida para sempre e porquê, porque existem muitos factores que podem influir no desaparecimento da mesma, factores esses que podem passar pelo desaparecimento natural ou por uma proibição.

Imaginemos que tal candidatura era aceite e posteriormente os países que ainda têm touradas decidiam abolir as mesmas, o que é que a UNESCO faria? Nada.

As leis não são imutáveis o que hoje é aceite amanhã não será e como tal as leis valem o que valem no momento em que foram criadas e o mesmo se aplica às convenções. Mais a mais, convenções existem aos pontapés, esta convenção da UNESCO é mais uma, ou seja mais uma forma de sacar dinheiro aos estados que a subscreveram, estados esses que por sua vez sacam dinheiro aos contribuintes para pagar uns milhares aos funcionários que a UNESCO emprega para roçar o traseiro pelas paredes.

Portanto, quando lemos e ouvimos presidentes de câmaras municipais, governantes, juristas e etc, afirmar que se a UNESCO aceitar as touradas como património cultural imaterial, as mesmas ficarão protegidas para sempre, a primeira ideia que nos vem à cabeça é que toda esta gente vive ou num mundo surreal ou é totalmente ignorante.

Esta gente, usa e abusa dos cargos  para manipular e distorcer factos, leis, seja o que for para assim intoxicar a opinião pública.

48 municípios no nosso país declararam as touradas como património cultural e muitos mais o fizeram em Espanha, isso significa que em Portugal, 48 presidentes de câmara e respectivas assembleias municipais que votaram a favor são uma cambada de ignorantes o mesmo acontecendo com os munícipes das cidades espanholas que o fizeram.

As touradas têm os dias contados e não existe convenção que as salve, tudo o resto é demagogia pura e barata daqueles que têm interesses obscuros na indústria tauromáquica ou são aficionados dos quintos costados.

Prótouro
Pelos touros em liberdade




Nota:
De acordo com a Convenção para a salvaguarda do património cultural imaterial, a lista representativa do património cultural imaterial da humanidade é elaborada pela UNESCO com base nas propostas dos Estados interessados (art.º 16). Esta lista é distinta dos inventários elaborados pelos estados individualmente, sem intervenção da UNESCO (art.º 12).
As declarações unilaterais e anti democráticas das autarquias em Portugal, que declaram a tauromaquia como património cultural imaterial, não têm qualquer tipo de força legal. São meras declarações destituídas de enquadramento normativo nacional ou internacional.
O seu valor é ZERO!