quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Embolação

Embolação
Ato de embolar, que consiste em guarnecer os cornos dos bovinos com diversos materiais com o fim de diminuir ou anular o poder de perfuração das hastes.

- Embolação para a tourada à portuguesa -

Principal objectivo: Anular o poder de perfuração dos cornos para que estes não firam os toureiros e os forcados e não perfurem os cavalos.

Procedimento: 

1.º Imobilização dos bovinos;
2.º Corte e aparagem das pontas dos cornos;
3.º Colocação das embolas.

1. Imobilização dos bovinos – Alguns métodos

1.1. Começa por ser passada pela raiz dos cornos do bovino uma corda grossa com laço corredio de forma a que quanto mais se puxa a corda mais se aperta essa zona da cabeça, com grande pressão sobre a testa. Iça-se o animal, puxando a corda, de maneira a que fique suspenso, com a possibilidade de tocar no solo apenas com as patas traseiras. Usualmente coloca-se um cilindro na horizontal a cerca de um metro do chão onde o peito fica apoiado para maior estabilização.

1.2. Processo semelhante ao anterior, mas em que em vez de se suspender o bovino, faz-se passar a sua cabeça por baixo do cilindro, ficando a parte superior do pescoço a fazer pressão contra aquele e manuseando-se a corda de forma a que auxilie na imobilização da cabeça. 



1.3. Coloca-se o touro dentro de uma espécie de contentor pouco maior do que ele que tem umas portas que permitem que apenas a sua cabeça fique imobilizada na parte exterior, e mete-se uma venda a tapar-lhe a totalidade da cabeça para que não consiga ver nada e fique também com os movimentos ainda mais dificultados.


http://www.tauromania.pt/noticias_detail_gallery.php?typ=reportagens&aID=952
1.4. Outras muito piores, mas menos frequentes.

2. Corte e aparagem das pontas dos cornos

As pontas dos cornos são cortadas e limadas. O corte é feito com uma serra. Seguidamente, os cornos são aparados com uma lima. 


http://www.tauromania.pt/noticias_detail_gallery.php?typ=reportagens&aID=952
3. Colocação das embolas

Cada embola é composta por um copo de metal, que cobre 10 cm de comprimento de corno, envolvido por uma manga de couro que cobre todo o corno. O copo é enfiado na extremidade já “arranjada” do corno, sendo muitas das vezes necessário bater naquele com golpes de maço para que fique devidamente colocado. Na outra extremidade de cada embola, existem duas argolas metálicas de 2 cm de diâmetro cada, numa das quais se segura um cordel que, após muito bem apertado, a une ao seu par, e na outra passa um outro cordel que a fixa melhor ao corno.



Algumas notas dignas de referencia: 

- Em Portugal, não é só para as corridas de touros à portuguesa que se procede à embolação. Muitos dos animais utilizados, por exemplo, em garraiadas, incluindo nas académicas, são, também eles, sujeitos a todo este difícil processo;

- Durante a lide, a transformação de que as hastes foram previamente alvo confunde os animais sempre que estes tentam utilizá-las como defesa;

- Cortar a ponta de um corno a um bovino é o equivalente a cortar a parte superior de um dente a uma pessoa (tudo sem anestesia). Os cornos têm terminações nervosas e é provável que o seu corte e limagem provoque dor e um enorme desconforto. Com mais ou menos dor, é inegável o stress que todo este procedimento provoca.

- Já têm morrido bovinos de ataque cardíaco durante a embolação. Não temos como provar esta afirmação, mas sugerimos a visualização do vídeo abaixo e cada pessoa que acredite no que quiser.

Fonte:  


Preparação dos cornos de um touro para uma corrida à portuguesa
Excerto do documentário sobre touradas portuguesas "Taking the Face" do realizador polaco Juliusz Kossakowski


Pega de Cara / Taking The Face

“Taking the Face: the portuguese bullfight”
[Documentário] 2008

Filmado inteiramente em Portugal, é um mergulho no universo arcaico da tourada à Portuguesa. Desde o nascimento do touro à lide na arena, passando pela sangrenta formação dos matadores que nunca irão poder matar no seu próprio país; sem esquecer o colorido dos forcados que pegam touros de mãos nuas e peito aberto; os cavaleiros e os seus cavalos dançantes; o bizarro ritual do forcão, até desembocar no espectáculo brutal da tourada de Barrancos.

In the seventeenth century after the death of a young nobleman in a bullfight, the king of Portugal issued a decree requiring that the horns of a bull be sheered and covered before any bullfighting spectacle. Centuries later the killing of the bull in the ring was outlawed completely, thereby putting the finishing touches on the unique spectacle that is the Portuguese corrida.
Taking The Face is a full length documentary that explores the phenomenon of the Portuguese bullfight in all its forms, from the training of Matadors who may never kill in their own country, to the colorful Forcados who charge bulls head-on without weapons, to the costumed Cavaliers and their dancing horses, to the bizarre ritual of the Giant Fork, to the spectacle of Barrancos – the one brutal exception to the law prohibiting the killing of the bull in the arena. A world filled with contradiction, passion, faith and cruelty. Taking The Face follows the Touro Bravo from birth to death while exploring the rising polemic that may signal the tradition’s demise. 
Chamaco: Taking The Face follows a young Matador in training – the eighteen year old “Chamco of Alenquer” - whose boyish demeanor and enthusiasm belie the grisly nature of his occupation, as he searches for bloody glory in the arena. 
The Forcados: The jolly fraternity of costumed men whose objective is ‘to take the face’ of the bull, charging it head on in a bone-crunching duel that sends bodies flying in all directions. 
The Tauro Bravo: Exploring the mythos around the famed bull, the object of so much attention and controversy, it’s origins and history; we follow the Tauro Bravo from its birth, through its idyllic existence in the wild, to the final twenty minutes of its life in the ring. 
The Old Bullfighter: Jose Julio, a living legend and one of Portugal’s most famous Matadors, guides us through the process of training the matador and killing the bull, explaining the details of the peculiar passion that is the ‘corrida de morte’. 
The Cavaleiro: The vainglorious, laughing Cavalier who rides the famed Lusitano horse in seventeenth century costume, pursuing the bull with brightly ribboned harpoons as he is cheered on by the crowd. 
Aldeia da Pointe: A tiny village in the northern edge of Portugal where the festa of the forcao takes place in homage to Saint Anthony, an event that might have been conceived by Monty Python’s Flying Circus in which a giant multi-tanged wooden fork is manned by the village’s ex-patriate sons in a pitched battle with the sacrificial bull. 
Barrancos: The outlaw state within a state and the only place in Portugal where the bull is still killed in the ‘ring’ in defiance of Portuguese law. This town with its colorful history and its citizens who are descendents of smugglers and brigands, still call for the blood of the Tauro once a year in their annual homage to the Virgin. 
Taking The Face interviews the men and women, trainers, veterinarians, animal rights activists, aficionados, politicians, priests, ranchers, wranglers and bullfighters as it gives a colorful, in depth view of this controversial subject.
http://www.takingtheface.com/


Entrevista:
Taking the Face - The Portuguese Bullfight é um dos destaques do Artivist Film Festival. O documentário de Juliusz Kossakowski, um realizador polaco que fala com sotaque brasileiro e mora em Portugal, correu o país durante oito meses para ouvir os aficcionados e os defensores dos direitos dos animais.

Capital da Tortura!

Empresa quer elevar praça de toiros de Vila Franca a "Capital da Verdade" 

Lisboa, 27 fev (Lusa) -- A empresa da Praça de Toiros "Palha Blanco", em Vila Franca de Xira, quer elevar o recinto a "Capital da Verdade", apostando em toiros considerados "sérios" nos seus espetáculos, com o objetivo de atrair aficionados*.

"Vila Franca quer ser a capital da verdade. Sendo o toiro um elemento fundamental da festa*, é essa a nossa aposta, é a aposta nessa verdade", disse hoje Ricardo Levesinho, representante da empresa "Tauroleve", em declarações à Agência Lusa.

"Nós damos uma importância fundamental ao toiro* e ao seu trapio (apresentação), mas também não nos esquecemos das figuras do toureio de Portugal e Espanha para tourearem nos nossos espetáculos", acrescentou.

Fonte

* NOTA
A ser a capital da verdade deveria publicamente informar os subsídios, protocolos, eventos e despesas da Câmara de Vila Franca de Xira para grupos, escola de toureiros, Clube Taurino, Forcados, festas,, etc.
 Esquecem de explicar que a importância dada ao touro está directamente ligada á razão pela qual querem atrair mais aficionados. O LUCRO!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tauromaquia no Inventário do Património Cultural Imaterial Nacional NÃO!


A tauromaquia é uma actividade que apenas subsiste em 9 países do mundo, sendo que cada vez mais cidades e vilas - e até mesmo regiões -, se declararam e vão declarando livres desta prática. É com pesar que vejo o meu país a tentar andar no sentido inverso ao do resto do mundo, que cada vez mais se apercebe que, à parte de quaisquer gostos pessoais, há actividades que não conseguirão manter-se por muito mais tempo, dada a contestação social que enfrentam, e que é baseada em pressupostos morais que já não podem ser ignorados.

De acordo com um extenso estudo elaborado em 2007 pelo CIES-ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, a maioria dos portugueses não só rejeita a tauromaquia, como também quer as touradas proibidas por lei em Portugal. A vontade da população portuguesa não pode ser posta de lado, e não pode compadecer-se das paixões e interesses de lobbies locais e regionais.

CONTRA A CANDIDATURA dos festejos taurinos de Vila Franca de Xira a Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal

CONTRA A CANDIDATURA dos festejos taurinos de Vila Franca de Xira a Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal


ASSINEM A PETIÇÃO E DIVULGUEM POR FAVOR!!!
- Tauromaquia no Inventário do Património Cultural Imaterial Nacional NÃO!
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=ANIMAL

POR FAVOR ESCREVA AO DIRECTOR-GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL
PEÇA-LHE QUE NÃO CONSIDERE A TAUROMAQUIA PASSÍVEL DE INSCRIÇÃO NO INVENTÁRIO DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL NACIONAL

De acordo com o Jornal “O Mirante” a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira vai apresentar uma candidatura para que os festejos tauromáquicos locais sejam reconhecidos e passem a constar no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal.

Infelizmente, o novo Director-Geral do Património Cultural (a quem tem que ser dirigida esta petição) é o antigo Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, ele próprio um aficionado e frequentador do Campo Pequeno. De qualquer forma, esse facto não nos demoverá de contactá-lo.


Por favor copie a mensagem abaixo sugerida ou envie a sua própria mensagem para:

igespar@igespar.pt
inventariopatrimonio@igespar.pt

Para:
Exmo. Senhor Dr. Elísio Summavielle
Exmo. Senhor Dr. Elísio Summavielle,
Digníssimo Director-Geral do Património Cultural,

Excelência,

Tive conhecimento de que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira se prepara para candidatar os seus festejos tauromáquicos ao Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal. A tauromaquia é uma actividade que apenas subsiste em 9 países do mundo, sendo que cada vez mais cidades e vilas - e até mesmo regiões -, se declararam e vão declarando livres desta prática. É com pesar que vejo o meu país a tentar andar no sentido inverso ao do resto do mundo, que cada vez mais se apercebe que, à parte de quaisquer gostos pessoais, há actividades que não conseguirão manter-se por muito mais tempo, dada a contestação social que enfrentam, e que é baseada em pressupostos morais que já não podem ser ignorados.

De acordo com um extenso estudo elaborado em 2007 pelo CIES-ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (http://www.animal.org.pt/pdf/Valores_e_Atitudes_face_a_Proteccao_dos_Animais_em_Portugal.pdf ), a maioria dos portugueses não só rejeita a tauromaquia, como também quer as touradas proibidas por lei em Portugal. A vontade da população portuguesa não pode ser posta de lado, e não pode compadecer-se das paixões e interesses de lobbies locais e regionais.

Assim, venho pedir a V. Exa. se digne considerar o meu pedido, e não permita que a tauromaquia conste do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal.


Muito respeitosamente,
de V. Exa,
Nome:
Cidade:

Vila Franca quer candidatar festejos taurinos a património imaterial e cultural


Proposta vai gerar polémica entre aficionados e defensores dos animais

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira vai candidatar os festejos taurinos a património imaterial e cultural de Portugal. Um primeiro passo para que seja apresentada a candidatura a património imaterial da humanidade, como aconteceu recentemente com o fado. Os defensores dos animais prometem que não se vão calar.


Edição de 2012-02-16

Salvaguardar a raiz cultural dos festejos taurinos de todo o país e do Ribatejo é o objectivo da candidatura que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira vai apresentar este ano para que os festejos taurinos passem a constar no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal. Um primeiro passo para a candidatura a Património Imaterial da Humanidade. O anúncio da candidatura foi feito pela presidente do município, Maria da Luz Rosinha (PS), e já começa a dividir opiniões. De um lado os aficionados aplaudem a iniciativa da autarca, do outro levantam-se as vozes contra das associações de protecção dos animais que prometem não ficar calados nem de braços cruzados face a esta candidatura.

“Nós avançaremos com Vila Franca porque temos uma raiz cultural muito forte na área da tauromaquia. Teremos oportunidade de perceber se a poderemos transformar numa candidatura alargada porque falamos nos festejos taurinos, não falamos exclusivamente nos festejos taurinos de Vila Franca”, explica Maria da Luz Rosinha a O MIRANTE. A candidatura nasce de um esforço conjunto com o Clube Taurino Vilafranquense. Depois de apresentada a candidatura esta terá de ser alvo de uma consulta pública e depois analisada por uma comissão para o Património Cultural e Imaterial. O registo no inventário nacional é condição indispensável para se avançar com a candidatura a património cultural e imaterial da humanidade, como aconteceu recentemente com o fado.

“Não me assustam as pessoas anti-tourada. Respeito muito quem não gosta da cultura tauromáquica e por isso só espero que os defensores dos animais tenham por mim o mesmo respeito. Se for assim não haverá problemas”, avisa Maria da Luz Rosinha. Mas Rita Silva, da Associação Animal, diz que “não faz qualquer sentido” apresentar uma candidatura como esta e promete que haverá “muito debate” sobre o assunto. Da mesma forma como protestam em frente ao Campo Pequeno nos dias de corrida, será de esperar que a associação faça o mesmo quando a candidatura avançar.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), autor de uma petição a favor da festa brava, considera que a candidatura vila-franquense “é uma excelente ideia” que pode dinamizar a festa e a economia local. “Precisamos de estimular os empregos gerados na criação de cavalos e de toiros”, defende. Os defensores dos animais consideram que este é um falso argumento. “É perfeitamente possível reconverter as pessoas que ganham a vida a explorar os animais para as meter a cultivar os campos, que Portugal bem precisa nesta altura”, defende Rita Silva da Animal.

Rui Salvador, cavaleiro tauromáquico, considera que os defensores dos animais não serão entrave à candidatura. “São uma minoria que só faz barulho e o que nós queremos é que se fale da tauromaquia”, refere. A ideia até deve ser seguida por outras câmaras municipais, segundo defende João Santos Andrade, presidente da Associação de Criadores de Toiros de Lide “Se vivemos num país livre temos de saber conviver com os que gostam e os que não gostam”, refere a O MIRANTE.


Vila Franca candidata festejos taurinos a património imaterial e cultural

Salvaguardar a raiz cultural dos festejos taurinos de todo o país e do Ribatejo é o objectivo da candidatura que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira vai apresentar este ano para que os festejos taurinos sejam reconhecidos e passem a constar no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial (INPCI) de Portugal.

O anúncio da candidatura foi feito pela presidente do município, Maria da Luz Rosinha (PS), na última reunião pública do executivo. Mas já começa a dividir opiniões. De um lado os aficionados aplaudem a iniciativa da presidente vila-franquense, do outro levantam-se vozes dentro das associações de protecção dos animais que prometem não ficar calados nem de braços cruzados face a esta candidatura.

“Nós avançaremos com Vila Franca porque temos uma raiz cultural muito forte na área da tauromaquia. Teremos oportunidade de perceber se a poderemos transformar numa candidatura alargada porque falamos nos festejos taurinos, não falamos exclusivamente nos festejos taurinos de Vila Franca”, explica Maria da Luz Rosinha a O MIRANTE. A candidatura nasce de um esforço conjunto com o Clube Taurino Vilafranquense. Depois de apresentada a candidatura esta terá de ser alvo de uma consulta pública e depois analisada por uma comissão para o Património Cultural e Imaterial. O registo no inventário nacional é condição indispensável para poder ser candidata a património cultural e imaterial da humanidade, como aconteceu recentemente com o Fado.

“Não me assustam as pessoas anti-tourada. Respeito muito quem não gosta da cultura tauromáquica e por isso só espero que os defensores dos animais tenham por mim o mesmo respeito. Se for assim não haverá problemas”, avisa Maria da Luz Rosinha.


BURLADERO DE IMPRENSA HOJE SOBRE A CANDIDATURA DOS FESTEJOS TAURINOS EM V.F.X. A PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL

Vila Franca candidata os seus festejos taurinos a Património Cultural Imaterial partindo a ideia do prestigiado e activo Clube Taurino Vilafranquense

SUBSÍDIOS PARA TORTURA! 2011


Em 2011 gastaram-se 432.125 € para a tauromaquia em Vila Franca de Xira.


Eventos = 374.500 €
Protocolo Clube Taurino
e Casa dos forcados = 63.125 €


SUBSÍDIOS PARA TORTURA! 2008/2009/2010

E NÃO HÁ DINHEIRO!?!?!
O que a autarca da NOSSA terra faz ao nosso dinheiro!!!


€ 1.133.904,14 para a tauromaquia em Vila Franca de Xira
Mais de UM MILHÃO de euros de dinheiro dos contribuintes em apenas 3 anos!

2008 - € 372.845,06
€ 60.000,00 - Escola de toureio José Falcão (Relatório e Conta 2008)
€ 4.000,00 - Protocolo com a Casa dos Forcados de Vila Franca de Xira (Relatório e Conta 2008)
€ 18.214,64 - Semana da Cultura Tauromáquica (Relatório e Conta 2008)
€ 30.004,80 - Protocolo com Clube Taurino - Feira Anual de Outubro (Relatório e Conta 2008)
€ 250.475,62 - Festa tauromáquica Colete Encarnado (Relatório e Conta 2008)
http://www.cm-vfxira.pt/files/3/documentos/20090416120657864101.pdf
€ 10.150,00 - Segurança e encerramento das tranqueiras durante as esperas e largadas de touros na feira anual de Outubro - Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/AjusteDirecto/Detail.aspx?idAjusteDirecto=1700&lk=srch


2009 - € 361.878,69
€ 4.124,74 - Protocolo com a Casa dos Forcados de Vila Franca de Xira (Relatório e Conta 2009)
€ 60.000,00 - Escola de toureio José Falcão (Relatório e Conta 2009)
€ 1.000,00 - Confederação de cidades Taurinas (Relatório e Conta 2009)
€ 236.085,32 - Festa tauromáquica Colete Encarnado (Relatório e Conta 2009)
€ 3.720,00 - Aluguer de touros - Salão do Cavalo (Relatório e Conta 2009)
€ 28.804,80 - Protocolo com Clube Taurino - Feira Anual de Outubro (Relatório e Conta 2009)
€ 16.873,83 - Semana da Cultura Tauromáquica (Relatório e Conta 2009)
http://www.cm-vfxira.pt/files/3/documentos/2010043012261208904.pdf
€ 11.270,00 - Obras de beneficiação da enfermaria da praça de touros de Vila Franca de Xira - Joaquim Euleutério e Filhos, Lda.
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/AjusteDirecto/Detail.aspx?idAjusteDirecto=128521&lk=srch

"Execução anual do plano de actividades municipais"
http://www.cm-vfxira.pt/files/3/documentos/2010043012261208904.pdf

2010 - € 399.180,39
€ 60.000,00 - Escola de toureio José Falcão (pág. 115 Relatório e Conta 2010)
€ 288.688,36 - Festa tauromáquica Colete Encarnado (pág. 113 Relatório e Conta 2010)
€ 28.737,50 - Protocolo com Clube Taurino - Feira Anual de Outubro (pág. 113 Relatório e Conta 2010)
€ 17.648,13 - Semana da Cultura Tauromáquica (pág. 114 Relatório e Conta 2010)
€ 4.106,40 - Circuito Tauromáquico - Protocolo com a Casa dos Forcados (pág. 114 Relatório e Conta 2010)
http://www.cm-vfxira.pt/files/3/documentos/2010043012261208904.pdf

ABOLIÇÃO!



Para demonstrar a sua indignação envie e-mail para:


VILA FRANCA DE XIRA
Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Praça Afonso de Albuquerque,2
2600-093 Vila Franca de Xira
Fax: 00-351- 263 276 002
Email: presidencia@cm-vfxira.pt
gap@cm-vfxira.pt
gabimprensa@cm-vfxira.pt

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Guerra em V. Franca: presidente do Clube Taurino contra autarca Rosinha

O presidente do Clube Taurino Vilafranquense, Paulo Silva, está em guerra com a presidente da Câmara da "Sevilha portuguesa", Maria da Luz Rosinha. Diz que o está "em nome pessoal" e não como presidente da instituição... que é quase o mesmo. Eis o seu polémico comunicado:


Exmos Senhores.
Venho por este meio fazer o pedido de divulgação.
Gostava de frizar e que se publicassem a noticia, que falo em meu nome pessoal e não em nome da Direcção do Clube Taurino Vilafranquense.
A Exma Senhora Presidente da Camara Municipal de Vila Franca de Xira, durante uma reunião realizada hoje no salão nobre tentou denegrir todo o trabalho que o Clube Taurino Vilafranquense tem realizado para que em Vila Franca de Xira a festa taurina seja considerada Património Cultural Imaterial, devido a um problema pessoal que tem comigo relacionado com uma festa de homenagem realizada a um toureiro.
Não admito que devido a um problema pessoal que tem para comigo, ande a tentar denegrir a imagem do Clube Taurino Vilafranquense, hoje por hoje a entidade taurina que mais tem feito para elevar o nome de Vila Franca de Xira que ela não duvide.
Só lhe quero lembrar uma coisa para que não se esqueça, quem manda no Clube Taurino é os sócios e não é ela , que por mais que me tente tirar do Clube Taurino Vilafranquense são os sócios e não ela junto com outros que nem os quero classificar que me vão tirar.
Já agora que saiba que eu posso não ter condições para fazer as iniciativas que gostaria de fazer mas tudo o que fazemos é com nosso dinheiro e amigos e não é preciso andar submisso para que ela apoie as iniciativas.
E desafio a dizer se alguma contribui com alguma importância monetária para a realização de algum evento.
E por aqui fico porque existe muito histórias que se passaram nestes 4 anos para contar, mas esteja descansada que eu não me dou com as pessoas conforme as minhas necessidade.
Atenciosamente

Paulo Silva

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Mais de 1600 toiros vão ser lidados este ano em Portugal

Lisboa, 13 fev (Lusa) -- Mais de 1600 reses bravas devem de ser lidadas em Portugal durante a temporada tauromáquica deste ano, avançou hoje à Agência Lusa secretário-geral da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (APCTL), António Vasco Lucas.
"Os números vão ser idênticos aos do ano passado", afirmou o responsável, lamentando que, "infelizmente, vão entrar muitos toiros espanhóis em Portugal, visto o novo regulamento tauromáquico ainda não ter entrado em vigor".
Em 2011, foram lidados em Portugal, nos mais diversos espetáculos tauromáquicos, 1723 toiros (com 3 e 4 anos), entre os quais 170 oriundos de ganadarias espanholas.

A VÍTIMA

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Câmara paga seguro de acidentes aos forcados de Vila Franca

Os forcados de Vila Franca de Xira  recebem uma verba de 4300 euros da Câmara Municipal para pagar o seguro de acidentes pessoais.

A verba é atribuída no âmbito de um protocolo estabelecido entre a câmara e os forcados. O município justificou a atribuição da verba com a importância do grupo, que considera ser o embaixador do município “nos quatro cantos do mundo, na área da tauromaquia, a área cultural que mais contribui para a identidade do concelho”.

O Mirante

Desde 28 de Março de 2007, altura em que a câmara rubricou um protocolo com a associação, que o município apoia a colectividade com o pagamento do seguro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

C.M. de Alcochete - Subvenções, Apoios, Subsídios?

Luís Miguel Carraça Franco, Presidente da Câmara Municipal de Alcochete,
esbanja dinheiro dos seus munícipes!

Acta nº22 de 2/11/2006 Assim, e para fazer face às despesas inerentes, propõe-se a atribuição de subsídio ao Aposento do Barrete Verde, no valor de 22.500,00  euros.»
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/365/Acta_n__22_06_-_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_02_de_Novembro_de_2006.pdf

Acta nº 11 - 14/05/2008
Pelo exposto, propõe-se a atribuição de subsídio, no valor total de 1.500 euros ao Clube Taurino de Alcochete.”

Pelo exposto, propõe-se a atribuição de subsídio, no valor total de 4.000 euros ao Grupo Forcados Amadores de Alcochete, a atribuir em 2 tranches de 2.000€, a serem pagas a primeira em Junho e a segunda no 4º trimestre.”

Pelo exposto, propõe-se a atribuição de subsídio, no valor total de 4.000 euros ao Aposento do Barrete Verde, a atribuir em 2 tranches de 2.000euros, a serem pagas a primeira em Junho e a segunda no 4º trimestre.”
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/300/Acta_n.__11_08_-_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_14_de_Maio_de_2008.pdf

Acta nº 13 de 09/06/2010
Grupo de Forcados Amadores de Alcochete subsídio de 4.000,00 euros em duas tranches de 2.000,00 euros.
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/252/Acta_n.__13_10_-_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_9_de_Junho_de_2010.pdf

Acta nº 15 de 07/07/2010
Proposta de atribuição de um subsídio ao Aposento do Barrete Verde de 40.000,00 euros. Apesar das dificuldades e da crise económica que o país atravessa, a C.M. irá manter o mesmo montante de 45.000,00 euros mas por motivos de cabimentação, são propostos agora 40.000,00 euros e os restantes 5.000,00 euros em Agosto. Aceite.
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/254/Acta_n.__15_10_-_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_7_de_Julho_de_2010.pdf

Acta nº 18 de 01/09/2010
Subsídio ao Aposento do Barrete Verde 40.000,00 euros mais 5.120,00 euros, montante em falta para perfazer o mesmo valor de 2009.
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/257/Acta_n.__18_10_-_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_1_de_Setembro_de_2010.pdf

Acta nº 25 de 25/11/2010
10.000,00 euros para apoio à Direcção do Aposento do Barrete Verde.

Acta nº 11 de 11/05/2011
Grupo de Forcados Amadores 3.700,00 euros
Acta nº 22 de 12/10/2011
Subsídio de 3.700,00 euros ao Aposento do Barrete Verde para despesas decorrentes das suas actividades.
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/236/Acta_n.__22_11_-_Acta_da_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_12_de_Outubro_de_2011.pdf

Acta nº 25 de 25/11/2010
Atribuição de apoio financeiro ao Aposento do Barrete Verde 10.000,00 euros
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/264/Acta_n.__25_10_-_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_25_de_Novembro_de_2010.pdf

Submetida à discussão e votação, a Câmara deliberou aprovar a presente proposta, por unanimidade.

Total (2010 e 2011)= € 101.920

2012
Acta nº 15 de 04/07/2012
Propõe-se a atribuição de um apoio financeiro ao Aposento do Barrete Verde, destinado às despesas que se prendem com a preparação e organização das Festas do Barrete Verde e das Salinas, no valor de €36.000,00.
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/202/Acta_n.__15_12_-_Acta_da_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_4_de_Julho_de_2012.pdf

2013
Act nº 14 de 17/07/2013
Isentar o Aposento do Barrete Verde do pagamento das taxas aplicáveis no montante apurado de €11.624,76 (onze mil, seiscentos e vinte e quatro euros e setenta e seis cêntimos), como forma de apoio e incentivo à promoção e desenvolvimento de atividades e eventos relacionados com a dinamização da cultura e identidade local e da atividade económica de interesse municipal.»

Propõe-se a atribuição de um apoio financeiro ao Aposento do Barrete Verde, destinado às despesas que se prendem com a preparação e organização das Festas do Barrete Verde e das Salinas, no valor de €32.400,00 (trinta e dois mil e quatrocentos euros.»
http://www.cm-alcochete.pt/uploads/document/file/179/Acta_n.__14_13_-_Acta_da_Reuni_o_Ordin_ria_realizada_em_17_de_Julho_de_2013.pdf


2014
Acta nº 16 de 10/07/2014
Como forma de estímulo ao excelente trabalho que o Aposento do Barrete Verde faz na condução das Festas do Barrete Verde e das Salinas, momento Reunião de 2014.07.10 Ata n.º 16 17 verdadeiramente inegável de promoção do concelho, propõe-se a atribuição de apoio financeiro no valor de €32.400,00 (trinta e dois mil e quatrocentos euros)


2015
9 de julho
O Executivo Municipal aprovou, por unanimidade, na reunião de câmara, que decorreu a 8 de julho, nos paços do concelho, a atribuição de um subsídio no valor de €32,400, ao Aposento do Barrete Verde para apoiar a organização da 75ª edição das Festas do Barrete Verde e das Salinas, além de todo o apoio logistico qua anualmente a Autarquia assegura.
http://www.cm-alcochete.pt/frontoffice/pages/590?news_id=4083


 Actas:
http://www.cm-alcochete.pt/pages/159


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sangue e emoção(????) em Vila Franca V


largada de toiros da Feira Anual 2011
 A entrada de toiros hoje em Vila Franca de Xira, foi completamente limpa, e bonita de se ver os toiros bem encabrestados nas ruas da cidade ribatejana.
Depois de o dia de ontem ter havido alguns acidentes com os toiros do Engº Jorge de Carvalho, que resultaram em três feridos, um dos quais mais grave e também um acidente com um "curioso" dos que vestidos de lavradores acompanham os campinos, do qual resultou uma cornada numa égua, que teve de ser abatida nas boxes da Palha Blanco, devido aos ferimentos que apresentava, "curiosos".

A largada de hoje, foi algo sonsa mesmo sem sal, de toiros que não apresentavam trapio e eram mansos que logo muito cedo se encostaram, não reagindo ás chamadas de muitos curiosos. Alguns estavam demasiados magros e sem forças nas mãos, notorio logo á saída da praça de toiros.

in apaixaopelafestabrava

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tourada, Não! Abolição!

Tortura é Cultura? 

Sempre justificadas como tradição, as corridas de touros – vulgarmente conhecidas como touradas – são, na verdade, um dos costumes mais bárbaros de um sector minoritário e ultrapassado da sociedade portuguesa. Por trás da suposta bravura dos cavaleiros tauromáquicos, dos bandarilheiros, dos forcados e dos demais intervenientes neste espectáculo medieval e degradante, esconde-se uma triste e horrível realidade – a perseguição, molestação e violentação de touros e cavalos que, aterrorizados e diminuídos nas suas capacidades físicas, são forçados a participar num espectáculo de sangue em que a arte é a violência e a tortura é a cultura.

O Touro Bravo enfraquecido para a Tourada

A vergonhosa realidade das touradas começa no seu princípio, quando os touros – principais vítimas desta barbaridade (além dos cavalos e das vacas, assim como dos novilhos, quando são usados ainda enquanto bebés e jovens) –, depois de terem já perdido cerca de 10% do seu peso na viagem da ganadaria (onde são criados e onde estão habituados a uma vida tranquila) para a praça de touros, devido ao stress, são mantidos nos curros, até à hora de entrarem na arena, onde a angústia e o medo vão sendo cada vez mais crescentes. Junta-se a isto o sofrimento físico, que aqui começa, não só porque os animais são conduzidos com aguilhões e à paulada, mas também porque, entre outros métodos de preparação, sofrem o horror de terem os seus chifres serrados, a sangue frio, para serem embolados (nas touradas portuguesas, os touros não têm sequer os seus chifres inteiros e expostos, para terem uma oportunidade mínima de se defenderem).

Tourada é Cobardia, Não é Valentia


Ao entrar na arena, os touros vão já fortemente enfraquecidos e feridos (devido aos chifres serrados a sangue frio antes da tourada), além de apavorados. O pânico do touro é tão grande, que fugiria deste cenário aterrorizador, se tivesse essa possibilidade. Ao contrário do que os defensores das touradas alegam, é possível observar a expressão de medo e de confusão dos touros sempre que entram na arena, e que se agrava quando a tortura da tourada se acentua, à medida que as bandarilhas e os restantes ferros (que podem ter comprimentos variáveis entre os 8cm e os 30 cm, além de terem arpões na ponta, para se prenderem à carne e aos músculos dos animais, rasgando os seus tecidos e provocando-lhes um sofrimento atroz, além de febres imediatas, acrescidas de um enfraquecimento acentuado pela perda de litros de sangue).

Cavalos – As Outras Vítimas das Touradas

Se os touros adultos e os novilhos (bebés e jovens) são vítimas das horríveis touradas, também os cavalos são brutalizados neste espectáculo de perversão e divertimento cruel. Na tourada à portuguesa, os cavaleiros tauromáquicos fazem o comum toureio a cavalo, expondo o cavalo às investidas que os pobres touros tentam, embora em vão, sempre para se tentarem defender. A cobardia dos cavaleiros tauromáquicos é tal, que, montando cavalos, cravam os ferros enormes no dorso dos touros, sem se exporem a qualquer perigo, enquanto os cavalos tentam esquivar-se, sofrendo com o pânico de se confrontarem com os touros, sendo comum ficarem feridos pelos chifres e pelas pancadas dos touros. Além disso, ao usarem esporas e ao serem extremamente agressivos com os cavalos para os forçarem a dirigirem-se aos touros, os cavaleiros rasgam as costelas dos cavalos, que ficam severamente feridos, sangrando consideravelmente.

Tourada é Tortura, Não é Arte nem Cultura!

Todo o decorrer da chamada corrida de touros à portuguesa consiste na “lide” de seis touros, habitualmente. Cada um dos touros é primeiro toureado pelo cavaleiro tauromáquico, que lhe crava cerca de quatro ferros compridos e, como referido, com amplos arpões na ponta. Seguidamente, é comum entrar em cena o bandarilheiro, que faz o toureio a pé, “lidando” um touro já febril, brutalmente enfraquecido, confuso e assustado. O bandarilheiro espeta, habitualmente, mais quatro farpas no dorso do touro, que assim vai continuando a ser exposto a todo este horror. Segundo os defensores da tourada, este espectáculo – que de nada mais se compõe a não ser da crueldade contra touros (e cavalos) – é uma arte, património da cultura portuguesa. Não será antes, objectivamente, um acto de tortura?

O Público da Tourada Aplaude a Violência e Regozija-se com o Sofrimento

Enquanto o touro é brutalizado na tourada, e enquanto o cavalo é também vítima desta brutalização, enquanto o sangue de ambos os animais escorre e mancha a arena em que este acto deplorável acontece, não são apenas toureiros (cavaleiros tauromáquicos e bandarilheiros) que participam nesta festa de sacrifício de animais – existe um público presente que, por minoritário que seja na sociedade portuguesa, aprecia e aplaude a violência a que assiste, regozijando-se com o sofrimento bárbaro que ali é infligido aos animais.

Os Forcados e a Pega, Ou a Continuação da Tortura

Depois do toureio, vem a “pega”. Os forcados, um grupo de dez indivíduos que vem “pegar” o touro, são habitualmente considerados os mais “bravos” de todos os intervenientes na tourada, onde nada mais do que cobardia, perversão e indecência se encontra. A “pega” consiste em enfrentar um touro que tem cerca de oito ferros cravados no dorso, que está gravemente febril e que já perdeu muitos litros de sangue, com a “bravura” de dez indivíduos que atacam um animal nestas condições, puxando-o, empurrando-o, pontapeando-o e esmurrando-o, puxando-lhe o rabo, por fim. Na tourada, na altura da pega, o touro é já praticamente incapaz de se manter de pé de forma minimamente capaz, pelo que a bravura dos forcados e da pega é, na verdade, um aproveitamento indecente de um animal severamente ferido.

Associações Académicas, Instituições de Beneficência e Igreja Católica Promovem Tortura de Animais

O escândalo das touradas é maior do que a própria existência de um espectáculo destes ser permitida pela lei de um país supostamente civilizado e apoiado por um público, ainda que residual e certamente perturbado. Algumas associações académicas, como a Associação Académica de Coimbra e a Federação Académica do Porto, apoiam garraiadas (touradas com “garraios”, ou seja, touros jovens ou ainda não totalmente desenvolvidos), como a Garraiada Académica de Coimbra, ocorrida há alguns meses em Coimbra, na qual estas imagens foram captadas. E, como se o envolvimento de associações de estudantes universitários neste genocídio não fosse já suficientemente grave, a própria Igreja Católica, nomeadamente através da Rádio Renascença, apoia e organiza touradas em Portugal. Diversas instituições particulares de solidariedade social estão também envolvidas nesta vergonha, nomeadamente as Santas Casas da Misericórdia, sendo a maioria destas proprietárias da maior parte das praças de touros portuguesas

Depois da Tourada, A Violência e o Sofrimento Seguem-se nos Curros

Depois da tourada, com o toureio a cavalo, toureio a pé e pega, cada touro regressa aos curros, horrivelmente ferido, com um sofrimento agonizante, onde, uma vez mais a sangue frio, lhe será cortada a carne e os tecidos musculares para lhe serem arrancados os ferros com os seus arpões, que lhe foram cravados durante a tourada. A dor é indescritível. Tanto nas touradas à portuguesa, sejam corridas de touros ou garraiadas, como nas largadas, touradas à corda, ou mesmo nas sortes de varas, tentas públicas e touradas de morte que, embora ilegais, acontecem em Portugal com a permissão das autoridades, os touros (e os cavalos) são as vítimas de um espectáculo com características extraordinariamente cruéis, envergonhando Portugal, por ser um país em que cerca de 3.000 touros e 100 cavalos por ano sofrem indefesos o mal que é a tourada.




Sangue e emoção(????) em Vila Franca IV


Largadas em Vila Franca de Xira fazem três feridos( feira anual 2011)

Três pessoas ficaram feridas ontem à tarde na largada de touros de Vila Franca de Xira. O mais grave foi um adolescente que caiu de cima de uma grade e teve de ser imobilizado no local pelos bombeiros. Posteriormente foi transportado para o Hospital de Vila Franca de Xira. Os outros dois feridos são ligeiros e foram colhidos pelos touros. Receberam assistência no local e foram transportados para o hospital, apenas com algumas escoriações
Touros em pontas são soltos em vários pontos da cidade e fazem as delícias dos aficionados

in 'CM'

domingo, 2 de outubro de 2011

Touradas da Morte

A LUTA

 Uma tourada é dita como uma "luta de vida ou de morte", entre o homem e a besta. No entanto, a realidade é bem diferente – na verdade, o touro não tem a mínima hipótese. Antes de entrar na arena é às vezes "desfavorecido" – apesar de ser oficialmente ilegal – sendo os seus chifres limados para que falhe qualquer tentativa de marrar o matador. Normalmente, um cirurgião veterinário, que está presente antes, e durante a tourada, tem de declarar que cada touro cumpre as exigências necessárias, em relação a saúde, idade e peso. No entanto, alguns destes veterinários podem fazer parte do estabelecimento tauromáquico e portanto dirigirem eles mesmo algumas manipulações.

A maior parte das touradas tradicionais passam por severas fases distintas.

O Animal sai após estar encerrado numa jaula horas, sem comer, sem luz, de modo a que veja o sol e seja por ele ofuscado, um animal perdido no meio de estranhos ruídos. Aí aparecem os toureiros. A sua tarefa é "aquecer" o touro, fazendo-o correr à volta da arena, permitindo ao atento matador ter uma ideia das características do touro.

Nesta altura entra, e dá alguns passos com uma capa vermelha.

A seguir o picador, a cavalo, entra na arena. Tem a tarefa de ferir os músculos do dorso do touro com uma afiada lança de uns longos 14 cm. Mais de três ou quatro golpes serão desferidos. Isto deixa o animal com dores horríveis. O sangue jorra em grandes quantidades e a sua mobilidade é reduzida.

Na segunda fase da luta, os bandarilheiros entram na arena. Empunham as suas bandarilhas e tentam lançar seis delas nas feridas criadas pelo picador. Com cada movimento do touro, as bandarilhas também se movem, dilacerando a carne e os nervos. A terrível e tortuosa dor induzida pelas bandarilhas e a destruição dos músculos do pescoço dificultam ao touro a subida da cabeça acima de um certo nível.

Com a criatura neste estado, o matador entra na arena numa celebração de bravura e machismo.

Não chega a haver qualquer luta, já que neste momento o touro está exausto, confuso e a morrer lentamente por perda de sangue. O matador dá alguns passos com a sua capa vermelha (vermelha para esconder o sangue, não para provocar o touro, que é daltônico) e é suposto mostrar as suas capacidades, introduzindo uma longa espada no coração do touro.

No entanto, são poucos os matadores que têm a habilidade para matar o touro tão rapidamente.

Normalmente, a espada será repetidamente impelida no corpo do touro, com dores insuportáveis, enquanto cai, lutando até à exaustão pela sua sobrevivência. A maioria dos touros morrem sufocados no seu próprio sangue porque o matador perfura os pulmões em vez do coração. Se o animal ainda se encontra vivo, um punhal fará um golpe no seu pescoço para desunir o seu nervo espinal, paralisando o touro antes de o matar. Se o trabalho tiver "bem sucedido", poderão ser cortadas as orelhas e/ou a cauda do touro e atirá-la à audiência como recordação.


Texto ©WSPA

1. Lutar pelo fim das Touradas em Portugal e em todos os Países onde este bárbaro "espectáculos" se realize. 
2. Promover e apoiar medidas na defesa dos direitos dos Animais.
3. Criar condições para a realização de campanhas Anti-Touradas a nível Nacional e Internacional.
4. Evitar que sejam gastos dinheiros públicos na realização de Touradas.

sábado, 1 de outubro de 2011

"Os Toiros são a Festa mais culta que existe"

«Creo que los toros es la fiesta más culta que hay hoy en el mundo» (F.G. Lorca)

Só porque Lorca disse devemos todos seguir a imbecilidade?

"Eu compreendo perfeitamente que haja quem não goste de corridas de touros. Respeito isso.
Não compreendo, nem aceito a mobilização para as proibir. Compreendo que não se entenda o que se passa numa corrida e que não se consiga ver, nm perceber a beleza que atrai os aficionados. Mas já não compreendo que se insulte o que não se entende.
Quem não gosta de touradas pode, ao menos, ter o mínimo de objectividade e de respeito pelas outras pessoas, para ver e reconhecer que aqueles que gostam e estão a assistir não são "bárbaros", nem "selvagens", nem "sádicos". Mas apenas pessoas que gostam de touradas, que gostam do bailado a galope do cavalo e cavaleiro, que gostam das sortes e suas surpresas, que gostam da bravura e raça do toiro, que gostam da coragem e garbo dos forcados, que gostam do bailado à beira do absoluto risco do toureio a pé, que gostam da cor, da música, do cheiro, da emoção, da incerteza, do ambiente, da festa.
A mobilização para a proibição das touradas radica na ideia de que é legítimo impor uma ditadura do gosto ou uma tirania da sensibilidade oficial. Não é.
Aqueles que se auto-defendem afirmando tradições a que pertencem e que continuam protegem e afirmam alguns dos bens mais preciosos de qualquer civilização e sociedade: Liberdade e Cultura.
A "gente dos toiros" pertence ao mundo rural. E é justamente no mundo rural (ou no mar) que a relação entre homem e animal é mais pura e genuína, mais próxima e mais amiga, mais natural e mais livre.
O modo como as comunidades humanas se relacionam com os animais não é uniforme em todo o mundo e varia com latidudes e longitudes. Varia também com os animais. Isso faz parte da própria cultura dos povos, que são diferentes: os povos e as culturas.
É um absurdo querer impor um padrão único. E é um abuso confundir e equiparar o sofrimento humano com "sofrimento animal". Isso levar-nos-ia a extremos caricatos - quanto à pesca, à gastronomia, à criação animal para alimentação, àquilo que fazemos a espécies animais que, na nossa cultura, degradamos, como répteis ou insectos.
As corridas de toiros marcam a relação homem/toiro no modo próprio das culturas que as criaram e desenvolveram. O direito e a liberdade de as realizar e continuar merecem ser afirmados. São actos de Liberdade e de Cultura."

"Dois comentários adicionais apenas.
(1) Quando associo as corridas de toiros a mundo rural, estou totalmente consciente de que há muita gente urbana que as aprecia e segue.
(2) O erro básico de muitos dos ataques contra as touradas é assumir que correspondem a "o ser humano poder retirar prazer do sofrimento de um animal".
As touradas não têm nada a ver com isso. São outra coisa. Nem é isso que toureiros, cavaleiros e forcados fazem, nem é isso que o público afiionado está a ver. Compreendendo embora quem não gosta, a verdade é que olhar assim as touradas é o mesmo que olhar o futebol apenas pelas sarrafadas, caneladas, rasteiras e cotoveladas que acontecem. Chega a haver pernas partidas e lesões gravíssimas. Mas o futebol não é isso."

Publicado no dia 30 de setembro de 2011 na página de José Ribeiro e Castro
Grupo Parlamentar do CDS-PP

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

“Se investíssemos em ciência como investimos em futebol seríamos os melhores do mundo”

Carlos Lima Costa reside em Vila Franca de Xira e é investigador e neurologista no Hospital de Egas Moniz em Lisboa


fotoÉ na pacata localidade do Badalinho, em Vila Franca de Xira, que vive um dos médicos e investigadores portugueses mais reconhecidos internacionalmente. Carlos Lima Costa, neurologista e investigador no Hospital de Egas Moniz em Lisboa, é coordenador de uma equipa responsável por devolver aos doentes paraplégicos e tetraplégicos a possibilidade de voltar a caminhar através de uma técnica inovadora que usa células da mucosa olfactiva para tratar lesões da medula espinal. Chegou a Vila Franca de Xira na juventude, foi premiado pelo seu trabalho em várias partes do mundo e recebeu o prémio de mérito cultural da cidade de Vila Franca em 2005. Nesta entrevista diz-se alarmado com a fuga de jovens investigadores para o estrangeiro, lamenta que Portugal seja um país que não olha para a ciência e confessa que Vila Franca de Xira anda deprimida. Para Carlos Lima o novo hospital da cidade é uma mais-valia. Só lamenta que tenha gestão privada.

Trabalha desde Junho de 2001 no desenvolvimento de uma técnica que permite que pessoas tetraplégicas e paraplégicas voltem a recuperar os movimentos. Como se chega a este resultado?

Com muito trabalho e dedicação, ainda hoje continuamos a aperfeiçoar a segurança e a eficácia do procedimento. Nós fazemos um transplante de células do tecido do nariz, que sabemos ser um tecido que continua a produzir neurónios novos no estado adulto e colocamos na zona da lesão da medula espinal. Mas só isso não chega para que a pessoa se levante da cadeira. Além da operação é preciso fazer muitos anos de reabilitação a seguir. Um doente que faça esses exercícios com regularidade volta a caminhar. Fomos os primeiros investigadores no mundo a demonstrar isso e foi quando tivemos a maior projecção internacional, em 2003.

Quantos doentes já se submeteram ao vosso tratamento experimental?

Até hoje já operámos 150 doentes e continuamos a monitorizá-los. De todos eles cerca de um terço já consegue andar com o auxílio de um andarilho, o que é uma grande evolução face à cadeira de rodas. Mas por enquanto ainda não temos nenhum que ande sozinho sem apoio. Actualmente temos várias colaborações em curso com outros países, um deles com a universidade de Osaka, no Japão, e vamos iniciar outra colaboração em breve na Nova Zelândia.

Esta intervenção pode ser feita a qualquer pessoa ou existem requisitos especiais?

Não. Existem regras e o projecto ainda tem limitações. Filtramos a quantidade de doentes que podem entrar no estudo. Mas mais tarde ou mais cedo será possível fazer esta operação em qualquer hospital da União Europeia.

E quanto vai custar?

A operação em si é gratuita para os doentes portugueses porque é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde. Os doentes estrangeiros já têm que pagar. Demora entre quatro a cinco horas. O problema é que os hospitais portugueses não estão virados para a investigação, estão virados para a assistência e isso dificulta-nos a vida.

Portugal não é país para investigadores?

De maneira nenhuma. Até é muito difícil investigar em Portugal porque as coisas não estão feitas para isso. É como remar contra a maré. Somos muito limitados, não temos os meios que os outros têm, como é o caso dos Estados Unidos. Trabalhamos com grupos de lá. Curiosamente o último doente que tivemos foi um veterano da guerra do Afeganistão que foi operado no nosso hospital e voltou para os Estados Unidos.

Nos últimos anos os nossos jovens investigadores têm abandonado o país…

Isso é algo dramático que vai sair muito caro a Portugal. Temos uma fuga de cérebros impressionante porque aqui não há condições. Tenho estado em contacto com muitos jovens investigadores que me pedem a possibilidade de voltar e não posso oferecer nada porque um hospital público não está desenhado para isso. Talvez quando o conceito da Europa avançar e funcionarmos como comunidade isso seja possível...

O que se poderia fazer para travar essa fuga de jovens cérebros?

Temos de investir. No que é que somos bons? É no futebol. Eu vou a qualquer lado e de Portugal só me falam do Ronaldo e do Mourinho. Se se investisse em ciência como se investe em futebol garanto-lhe que teríamos grandes cientistas e seríamos os melhores do mundo. A ciência pode dar lucro mas não no imediato. É mais complicada que o futebol e não alimenta as massas. E elas teriam de se elevar intelectualmente para poder compreender o que é a ciência. Infelizmente somos um país que não olha para a ciência. Temos de começar a incutir nas crianças e na escola a importância da ciência. Temos de começar a atrair mais jovens para ela. Que é o que não está a ser feito.

A sua equipa foi recebida no Vaticano pelo Papa há pouco tempo. A religião ainda atrapalha a ciência?

Não acho. Temos muitos católicos que são cientistas. A religião já não colide connosco. Pensou-se que assim seria porque a ciência poderia dar resposta a um conjunto de perguntas que todos fizemos e não as deu. Nem nunca saberemos se vai dar. Por isso aprendemos a viver cada um no seu canto. A religião vive a sua vida e nós vivemos a nossa.

É um crítico das células embrionárias. Estamos a assistir a um embuste da medicina?

Os proponentes das células embrionárias, a maioria dos Estados Unidos, passam a vida a dizer que daqui a 10 anos vão ter resultados. Eu estou contra essas células não apenas por aspectos morais ou éticos mas porque elas não funcionam. As células embrionárias foram feitas para fazer bebés. Quem não compreender isto não vai a lado nenhum. Podem ter algum efeito mas é um efeito indirecto. Por exemplo, se as crianças têm paralisia cerebral, resultado de uma lesão que foi provocada por falta de sangue e se vamos introduzir células que vão fazer novos vasos é natural que haja alguma melhoria. Mas para reparar o sistema nervoso você precisa de células estaminais do sistema nervoso e essas serão as do nariz, como temos provado. Temos de pensar como é que a natureza funciona e fazer o nosso trabalho de acordo com as leis da natureza.

Cultivar células em laboratório era algo que sonhava fazer?

Sempre tive muito interesse no estudo da mucosa olfactiva. A dada altura decidi avançar com investigação. Já publiquei dois trabalhos sobre este processo. Tenho a noção que tenho um trabalho completamente diferente da maioria das pessoas. Trabalho oito horas por dia mas às vezes tenho de fazer umas horas a mais quando temos doentes ou quando estamos a investigar. Neste momento estou um pouco preocupado porque é fim-de-semana e tenho um cultivo de células em curso no hospital. Elas são como as flores, temos de estar sempre atentos senão algo corre mal. E o fim-de-semana preocupa-me sempre porque não temos lá ninguém.

Agora que já têm os primeiros resultados desta experiência já têm outra em mente para o futuro?

É importante que comecemos a usar estas células para outro tipo de doenças. Começámos agora um pequeno ensaio exploratório em doentes com esclerose lateral amiotrófica, que é a doença que vitimou o Zeca Afonso. É uma doença terrível. Estamos a fazer um esforço com essas células dadas a esses doentes. Embora ainda seja precoce avançar com resultados estamos satisfeitos com as primeiras indicações.

É um investigador que trabalha num hospital público. Sente a pressão dos grupos privados?

Nesse campo sentimos muita concorrência com esses grupos americanos que são extremamente fortes e querem fazer crer que as células embrionárias é que vão resolver muitos problemas. Falo de grupos farmacêuticos mas também de empresas ligadas à biotecnologia. O problema é que as pessoas vêem demasiados filmes e vivem num mundo virtual que não tem nada a ver com a realidade.

Já foi convidado para integrar um grupo privado mais poderoso?

Se quisesse ir para os Estados Unidos tinha vários sítios por onde escolher. Hoje em dia graças à internet perdemos a ideia de periferia. Podemos estar em todo o lado do Mundo. Acho que é possível continuar a trabalhar aqui colaborando com o estrangeiro.

Registou recentemente uma patente que lhe permite trabalhar em Portugal.

Sim, tem a ver com os reagentes que se usam para cultivar essas células olfactivas. Fomos nós que descobrimos a maneira de fazer, ou seja, o cozinhado que é preciso para que essas células se possam cultivar. Há uma semelhante nos Estados Unidos e outra na Austrália mas nós temos diferenças em relação a qualquer uma delas, sobretudo na forma de colheita do tecido e da maneira como o cultivamos. Recolhemos sempre em pessoas vivas.


Limitou-se demasiado o número de médicos

No concelho de Benavente existe uma grave carência de médicos que tem prejudicado o atendimento aos doentes. A classe médica tem lidado mal com este problema?

Não podemos fechar os olhos e ignorar os problemas. Há falta de médicos. Tivemos uma política muito errada durante anos e ainda continuamos a ter que é uma limitação nos números de médicos que lançamos para o mercado anualmente. Essa limitação na formação é errada e acho que devíamos dar acesso a toda a gente que queira ser médico, para poder estudar e tirar o curso. Depois logo se veria, a filtragem seria feita depois e não antes. Este procedimento actual levou-nos ao actual estado de coisas. Perdemos nestes anos todos imensos médicos que poderiam ter dado excelentes clínicos. Custa-me também ver os médicos que se reformam logo aos 50 anos e deixam de servir a causa pública.

Se todos ganhavam por que motivo os médicos têm continuado a insistir no anterior modelo?

Não sei. Esta é a minha opinião e é o que acontece noutros países como na Alemanha e Espanha. Primeiro tiram o curso e depois é que entram na concorrência. Ganha-se sempre porque mesmo tendo profissionais que não ficam aqui podem ir trabalhar para outros países onde são muito necessitados. Já não falo na Líbia mas em Angola ou em outros países são necessários.

Como vê o nascimento de um novo hospital em Vila Franca de Xira?

Um dos problemas da cidade foi sempre o velho hospital que não tinha condições físicas para funcionar. O director clínico, Carlos Rabaçal, além de ser um grande amigo, é um excelente profissional e vai fazer um óptimo trabalho.

E concorda com a gestão privada do Grupo Mello?

Choca-me um bocadinho mas apesar de tudo temos de ver quais são os condicionamentos para que se tivesse optado por essa solução. Pelo que sei as coisas nem estão a correr mal. Só o futuro o dirá.

O que acha da localização?

É razoável. É um pouco afastado mas hoje em dia um hospital grande não deve ficar no centro de uma cidade mas sim nas redondezas. Por uma questão prática de espaço.


Células e Rock & Roll

António Carlos Viana Lima Costa nasceu em 1955 em Ponte da Barca. Chegou a Vila Franca ainda na juventude quando o pai foi nomeado para chefiar os correios da cidade. Vivia no próprio edifício dos CTT. Hoje vive numa casa mais espaçosa no Badalinho porque confessa ser uma pessoa recatada que não gosta de se expor. Fez uma especialidade de neuropatologia - o estudo do cérebro “anormal”, como diz - e há cerca de dez anos iniciou a investigação de reparação da medula espinal com células do nariz em doentes paraplégicos e tetraplégicos. A sua equipa foi a primeira no mundo a tentar o feito clínico, o que foi alcançado com sucesso. “Nessa altura ainda se começava a falar dos primeiros transplantes de células estaminais”, explica. Já teve dois artigos publicados em revistas internacionais de ciência.

Desloca-se todos os dias de carro para Lisboa e durante a viagem ouve as notícias. Tem um piano na sala onde nos concedeu a entrevista e um busto de Beethoven. Contudo assume-se como um fã de rock pesado. Deep Purple, Whitesnake ou ZZ Top.

“Quando era novo montei com uns amigos um grupo musical em Vila Franca, os Erupção, na altura tocávamos tudo e mais alguma coisa”, conta. Era o vocalista e foi o único a enveredar pela medicina. Os colegas de banda ainda hoje são músicos de profissão. Vasco Gil (pianista), Tó Andrade (baixista) e Carlos Augusto (guitarrista).

Nos tempos livres gosta de nadar. Garante que é o seu hobby favorito. “De resto tenho tanta coisa para fazer que acabo sempre em coisas ligadas à profissão, leio muito”, partilha. Na sua biblioteca tem, além dos livros, as várias distinções que recebeu, incluindo a da cidade de Vila Franca de Xira, em 2005. O que o irrita solenemente é a estupidez. “Às vezes vejo coisas tão aberrantes e estúpidas que custa a acreditar que estejam a acontecer à minha volta”, diz. Custa-lhe ver o estado a que o país chegou. Foi um partidário do 25 de Abril que viveu fervorosamente a revolução mas que hoje está desiludido. “E andei de cravo ao peito”, confessa.

Não é um fã de touradas embora dê valor à tradição da festa brava. “Compreendo que há uma tradição e que as coisas não podem ser terminadas de um momento para o outro. Mas a Catalunha já aboliu as touradas portanto há aqui alguma coisa que está a mudar. Acho a tourada portuguesa mais humana ao não matarmos o toiro e ao colocar os forcados e o toiro em conflito directo, honesto e claro”, defende.


Vila Franca de Xira é uma cidade “deprimida” que precisa de ideias novas

Vila Franca de Xira é uma cidade “deprimida a todos os níveis”, na opinião de Carlos Lima Costa. “Eu estive na Alemanha em 1995 e quando voltei fui ao centro comercial que nasceu em frente ao tribunal. Aquilo era uma festa tremenda, sentia-se uma emoção. Hoje vamos ao centro e ficamos muito preocupados. Compreendo que não é a presidente da câmara que tem a culpa porque há muitos factores externos a Vila Franca mas há coisas que me custam a ver”, refere a O MIRANTE.

O médico e investigador considera que Maria da Luz Rosinha foi determinante em muitos aspectos da política municipal e do desenvolvimento da cidade mas lamenta que hoje em dia só venha à cidade quem precisa. “Para atrair as pessoas temos que oferecer alguma coisa que seja única e de momento não temos muito. A parte relacionada com os cavalos atrai muita gente, Vila Franca tem experiência e muito para mostrar nesse campo. A tauromaquia a mesma coisa. Mas há que pensar em coisas de futuro. É preciso ideias novas”, refere.

Quando tem que deslocar-se ao centro da cidade vai de mota para evitar o trânsito e estacionar com mais facilidade. O clínico defende que quando as obras de requalificação da frente ribeirinha estiverem concluídas a cidade vai ganhar qualidade de vida. “Não esqueço as raízes minhotas mas vivo em Vila Franca há tantos anos que já me considero um vilafranquense”, refere.


O Mirante


Morreu o investigador Carlos Lima Costa

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sangue e emoção(????) em Vila Franca III

 Quatro feridos ligeiros nas largadas do Colete Encarnado (2011)

As largadas de toiros do Colete Encarnado 2011 originaram quatro feridos ligeiros. Segundo António Pedro Lopes, comandante dos Bombeiros de Vila Franca de Xira, a corporação assistiu e transportou ao Hospital Reynaldo dos Santos dois feridos ligeiros colhidos na largada de sábado e outros dois no decorrer da largada da manhã de domingo. Tudo situações sem gravidade de maior. Os bombeiros vila-franquenses assistiram igualmente 4 pessoas que se sentiram mal quando se encontravam nas bancadas a assistir aos espectáculos do Colete Encarnado. Houve ainda um ou dois casos de transporte para assistência de indivíduos mais embriagados mas, segundo Pedro Lopes, esta terá sido uma das edições mais calmas dos últimos anos no que diz respeito ao trabalho dos bombeiros.  

in 'Voz Ribatejana'